Mercados

Dólar tem apreciação de quase 10 centavos e encerra sequência de quedas

Pessimismo sobre economia americana e incertezas sobre acordo do petróleo injetam aversão a risco no mercado

Dólar: na última quinta-feira, a moeda americana fechou em baixa de 1,02%, a 5,0906 reais na venda (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

Dólar: na última quinta-feira, a moeda americana fechou em baixa de 1,02%, a 5,0906 reais na venda (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2020 às 17h20.

Última atualização em 13 de abril de 2020 às 17h30.

O dólar fechou em alta contra a real no pregão desta segunda-feira, 13, e encerrou a sequência de quatro quedas consecutivas. No mercado de câmbio, o dia foi pautado pela permanência das incertezas sobre o acordo do petróleo e pelo pessimismo com os impactos do coronavírus nas empresas americanas, que começaram a divulgar o balanço do primeiro trimestre nesta semana. O dólar comercial subiu 1,9% e encerrou cotado a 5,186 reais, enquanto o dólar turismo avançou 0,2%, a 5,39 reais. 

No cenário externo, os investidores seguem atentos aos desdobramentos da última reunião do Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), realizada no domingo. Até então, o mercado tinha como certo que que os países que integram o grupo acordado um corte de 9,7 milhões de barris - quantia vista como insuficiente para elevar o preço da commodity em meio à queda da demanda. 

Porém, nesta manhã o presidente Donald Trump afirmou, pelo Twitter, que o corte seria de 20 milhões de barris. Mesmo assim, o mercado não se animou e o petróleo futuro operava em queda, neste fim de tarde. 

“O mercado ainda está digerindo o corte da Opep. A demanda caiu 35 milhões de barris desde o início do coronavírus. A situação não está nada agradável quando se pensa em petróleo”, disse Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.  

A maior aversão a risco no mundo também foi impulsionada pela tensão antes dos balanços das principais companhias dos EUA. “Mesmo com todas as ajudas do governo americano, ainda não se sabe o real impacto do coronavírus nas empresas”, disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. 

No mundo, o dólar ganhou força contra a maioria das divisas de países emergentes. No entanto, o real se desvalorizou mais frente ao dólar do que o peso mexicano, a lira turca e a rúpia indiana. Por aqui, também esteve no radar a projeção do Banco Mundial, que espera que o Produto Interno Bruto brasileiro tenha contração de 5% em 2020. 

Segundo Nagem, a expectativa de que o Plano Manuseto seja muito desidratado até ser aprovado na Câmara e as preocupações em torno do avanço do coronavírus no país também pesaram.

O dólar vinha perdendo forças no mundo, conforme o avanço do coronavírus se desacelerava na Europa. Na última sessão, o moeda americana fechou em baixa de 1%, a 5,09 reais. A queda poderia ter sido maior, se o pessimismo em torno do petróleo não reduzisse a queda. Na mínima a moeda tocou a casa dos 5,05 reais. Na semana, o dólar se desvalorizou 4,42%. Caso encerre em alta nesta sessão, será o fim da sequência de quatro quedas consecutivas.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólar

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa opera perto da estabilidade após governo anunciar R$ 15 bi de corte de gastos; dólar sobe

Mais na Exame