Mercados

Dólar sobe e volta a R$2,41 antes de ação do BC

Moeda ganhava terreno com investidores atentos à estratégia de intervenção do Banco Central e à divulgação da ata do Federal Reserve


	Dólar: às 10h30, moeda avançava 0,82%, a R$2,4132 na venda, bem próximo da máxima do dia de R$2,4163
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Dólar: às 10h30, moeda avançava 0,82%, a R$2,4132 na venda, bem próximo da máxima do dia de R$2,4163 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 10h55.

São Paulo - O dólar ganhava o terreno em relação ao real nesta quarta-feira, voltando ao patamar de 2,41 reais, com investidores atentos à estratégia de intervenção do Banco Central e à divulgação da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, que pode dar novos sinais sobre o momento da redução do programa de compra de ativos.

Às 10h30, o dólar avançava 0,82 por cento, a 2,4132 reais na venda, bem próximo da máxima do dia de 2,4163 reais. Na véspera, a moeda norte-americana, diante de forte atuação do BC, caiu 0,90 por cento, a 2,3941 reais.

Nesta quarta-feira, o BC realizará novo leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda de dólares no mercado futuro-- para estender o vencimento de 20 mil contratos que vencem no início setembro para 1º de abril de 2014. O leilão ocorrerá das 10h30 as 10h40 e o resultado será divulgado a partir das 10h50.

Mas analistas dizem que a autoridade monetária deve continuar a fornecer liquidez ao mercado e ofertar lotes maiores de swap, numa estratégia agressiva para conter possíveis ações especulativas que dão gás à alta do dólar e colocam em risco a inflação. Os investidores continuam desconfiados com a política econômica do país.

"O BC deveria ofertar swaps com lotes maiores e com mais sequência, não deixando o mercado respirar para coibir especulação e deixar flutuação da moeda de acordo com o fluxo", afirmou o especialista de câmbio da corretora Icap, Ítalo dos Santos.

Na terça-feira, a autoridade monetária aumentou os instrumentos de intervenção no câmbio, realizando leilões de swap para rolagem e novos contratos e leilão de linha, com a venda de dólares com compromisso de recompra. Além disso, o próprio presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, comentou a atuação, dizendo que quem apostava numa única direção do câmbio poderia ter perdas.


"O BC procurará quebrar a resistência dos especuladores e colocar o preço da moeda norte-americana em linha de ajuste, direcionado gradualmente ao preço de 2,30 reais, provavelmente não menos do que isto", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

Operadores e analistas começam a ver que o dólar pode se equilibrar ao redor de 2,30 reais no curto prazo. O Credit Suisse, por exemplo, colocou como previsão a possibilidade de o dólar chegar a 2,33 reais nos próximos três meses, acelerando a 2,40 em 12 meses.

Parte desse cenário de deterioração do real deve-se aos temores de investidores com a redução do programa de estímulo do Fed, que injeta 85 bilhões de dólares mensalmente na economia norte-americana. Como há a possibilidade de o corte no programa ocorrer já no próximo mês, investidores estarão atentos à divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), nesta tarde.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

“Banco Central saberá tomar a melhor decisão sobre juros”, diz CEO do Itaú

Em mais um dia de recuperação, Ibovespa opera em alta e dólar cai a R$ 5,60

Novo Nordisk tem lucro mais baixo no trimestre, mas vendas do Wegovy crescem 55%

IGP-DI, balanço do BB e nomeação de assessor especial em Petrobras: o que move o mercado

Mais na Exame