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Dólar sobe e ultrapassa R$3,75 após demissão de Parente da Petrobras

Às 12:18, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,7520 reais na venda, depois de ter subido 6,66 por cento em maio, terminando o mês a 3,7367 reais

O dólar foi a 3,7654 reais, justamente quando saiu a notícia de Pedro Parente deixar a gestão da principal estatal do país (Chung Sung-Jun/Getty Images)

O dólar foi a 3,7654 reais, justamente quando saiu a notícia de Pedro Parente deixar a gestão da principal estatal do país (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 1 de junho de 2018 às 12h26.

Última atualização em 1 de junho de 2018 às 12h29.

São Paulo - O dólar voltou a ganhar tração ante o real com a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras prejudicando a percepção dos investidores, sobretudo os estrangeiros, sobre a condução da economia brasileira, após o desconto do diesel para cessar a greve dos caminhoneiros ter gerado impacto sobre as contas públicas.

Às 12:18, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,7520 reais na venda, depois de ter subido 6,66 por cento em maio, terminando o mês a 3,7367 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,78 por cento.

Na máxima da sessão, a moeda foi a 3,7654 reais, justamente quando saiu a notícia de Pedro Parente deixar a gestão da principal estatal do país.

"A demissão gera dúvidas sobre a continuidade das políticas ortodoxas do governo", afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, ao justificar a piora do mercado.

Parente decidiu deixar o cargo em meio a discussões sobre a política de preços da petroleira. Por causa da greve dos caminhoneiros, a estatal havia concordado em reduzir a frequência dos reajustes do diesel por um determinado período contanto que a União pagasse pelas perdas causadas à empresa.

Parente trouxe credibilidade à estatal, bastante arranhada após o rombo decorrente da Lava-Jato, com a implementação de política de reajustes quase que diários dos combustíveis, acompanhando os preços internacionais do petróleo.

Na abertura, a moeda subia ante o real, depois que dados mais fortes do mercado de trabalho norte-americano endossaram a força da economia do país e reforçaram as apostas de mais juros nos EUA neste ano.

Foram criadas 223 mil nos EUA vagas em maio, a taxa de desemprego ficou em 3,8 por cento e houve avanço de 0,3 por cento na renda média por hora. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de abertura de 188 mil postos de trabalho, 3,9 por cento de taxa de desemprego e 0,2 por cento de avanço na renda.

Os operadores continuam bastante confiantes sobre os aumentos da taxa básica em junho e setembro, mostram preços de futuros, e vêem cerca de 36 por cento de chance de um aumento nos juros em dezembro, ante 32 por cento antes do relatório. O Fed elevou a taxa uma vez este ano até o momento, em março. Os operadores também aumentaram as apostas de novos aumentos em 2019.

Além disso, havia um pouco de tensão com o recrudescimento de uma guerra comercial após os Estados Unidos anunciarem tarifas de importação sobre alumínio e aço do Canadá, México e União Europeia.

"Investir em 'risco' no atual momento não parece ser a melhor decisão, afinal os cenários externo e interno não contribuem para essa ousadia, ainda mais em uma sexta-feira de emenda de feriado, o que reduz a liquidez dos mercados no Brasil", comentou mais cedo a Advanced Corretora em relatório.

O dólar subia ante a cesta de moedas, mas perdia força ante a maioria de moedas emergentes, o que chegou a favorecer o real, que ganhou força pouco até antes da notícia de Parente.

Internamente, o Banco Central manteve sua atuação no mercado de câmbio. Vendeu 15 mil novos contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares--, totalizando 750 milhões de dólares. Em maio, o BC vendeu 7,250 bilhões de dólares em novos contratos.

Também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 contratos de swap cambial tradicional, rolando 440 milhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence em julho.

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