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Dólar sobe e se aproxima de R$3,75 com aversão ao risco no exterior

O dólar avançou 1,64 por cento, a 3,7286 reais na venda, acumulando 3,15 por cento de avanço em quatro pregões

Dólar: moeda se encaminha para uma alta de quase 7 por cento no mês (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: moeda se encaminha para uma alta de quase 7 por cento no mês (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2018 às 17h08.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 17h09.

São Paulo - O dólar subiu pela quarta sessão consecutiva e voltou a se reaproximar dos 3,75 reais, influenciado pela aversão ao risco no exterior, que se somou às preocupações com os impactos da crise doméstica dos caminhoneiros na economia.

O dólar avançou 1,64 por cento, a 3,7286 reais na venda, acumulando 3,15 por cento de avanço em quatro pregões e se encaminhando para uma alta de quase 7 por cento no mês. O dólar futuro tinha alta de 0,05 por cento.

"Por enquanto, continuamos acreditando que é preciso cautela... nem o exterior, nem o cenário doméstico parecem contribuir para uma melhora significativa, por enquanto", destacou a corretora Guide em relatório.

A moeda marcou a máxima da sessão no início dos negócios, quando saltou 1,14 por cento e foi a 3,7712 reais, mas depois passou por uma correção e passou a maior parte do dia entre leves altas e baixas.

"O feriado nos Estados Unidos e Reino Unido na véspera enxugou a liquidez e deixou o mercado meio sem rumo. Houve certo exagero...Hoje o investidor chegou assustado e deu aquele estresse da abertura", explicou o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.

O governo cedeu às exigências dos caminhoneiros, o que impactará fortemente as contas públicas. Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, voltou atrás e disse que não haverá aumento de impostos para compensar o corte do preço do diesel.

A agência de classificação de risco Moody's veio a público nesta terça-feira para avisar que o corte de impostos e o subsídio do governo para garantir redução de preços do diesel são fatores negativos para a avaliação de risco soberano do Brasil e enfraquecem as perspectivas fiscais de curto e médio prazo.

A crise também expôs a fragilidade e a desarticulação do governo Michel Temer, e complicou ainda mais a já difícil situação de uma eventual candidatura governista na eleição presidencial de outubro, respingando também nas chamadas candidaturas de centro.

No exterior, o dólar tinha forte alta ante a cesta de moedas, e subiu para a máxima contra o euro desde julho de 2017, com a liquidação no mercado de títulos na Itália devido ao aumento das preocupações políticas que levavam os investidores a abandonar a moeda única.

O dólar também subia ante as divisas emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Os investidores estão preocupados que a crise na Itália se manifeste como uma desaceleração econômica na zona do euro, com implicações para a demanda por bens e serviços de mercados emergentes.

Em meio ao nervosismo recente do mercado, o Banco Central anunciou na véspera que pretende continuar a fazer leilões de novos contratos de swap no fim de maio e também em junho, quando também vai rolar os vencimentos em julho (5,962 bilhões de dólares).

"(O anúncio) acabou trazendo certa resiliência ao real, mas o fluxo de estrangeiros pode dificultar o sucesso do BC. De um modo ou de outro, o BC está garantindo mais hedge a fim de aliviar a volatilidade", justificou a corretora H.Commcor em relatório.

Nesta manhã, a autoridade já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 6,5 bilhões de dólares desde a semana retrasada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, concluindo a rolagem de 5,650 bilhões de dólares que venciam em junho.

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