Mercados

Dólar sobe com piora nas contas externas

Moeda à vista terminou a sessão cotada a R$ 2,2240, uma alta de 0,36%


	Dólar: moeda terminou sessão cotada a R$ 2,2240
 (Juan Barreto/AFP)

Dólar: moeda terminou sessão cotada a R$ 2,2240 (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2014 às 09h26.

São Paulo - O dólar subiu em relação ao real nesta sexta-feira, encerrando a semana com valorização. Além da continuidade dos efeitos da declaração do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na quinta-feira, sobre possíveis mudanças no programa de swap cambial, o rombo acima do esperado nas transações correntes do Brasil em abril e a queda da confiança do consumidor pressionaram o real, enquanto o dólar se beneficiou de um dado positivo sobre o mercado imobiliário nos EUA.

O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,2240, uma alta de 0,36% e marcando o maior nível desde 6 de maio (R$ 2,2260). Na semana, o dólar teve alta de 0,50%. No mercado futuro, o dólar para junho subiu 0,29%, a R$ 2,2265. O volume de negócios atingiu cerca de US$ 11,708 bilhões.

O Banco Central divulgou nesta sexta-feira que o déficit em transações correntes do País somou US$ 8,291 bilhões em abril, o maior para o mês na série histórica. O resultado ficou pior do que o intervalo previsto, segundo levantamento do AE Projeções, que apontava déficit entre US$ 8 bilhões e US$ 5,6 bilhões.

"O déficit em transações correntes acende um sinal vermelho, ainda mais em uma situação na qual o BC está próximo de interromper as vendas de swap", disse Durval Correa, diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money. Ele apontou que o giro no mercado futuro ontem foi mais fraco e que, em junho, com Copa do Mundo e férias de verão nos EUA, os volumes devem seguir baixos.

Já Reginaldo Galhardo, operador da Treviso Corretora, disse que no auge da crise entre Ucrânia e Rússia, o investidor estrangeiro buscou outros emergentes, como o Brasil, onde conseguia obter retornos atraentes. Agora, com o anúncio do presidente Vladimir Putin de que vai retirar as tropas da fronteira entre os países, a situação se acalmou um pouco. "A crise não está resolvida, mas o fluxo de recursos para o Brasil em função dos problemas lá diminuiu. Se antes eram doses maciças de antibióticos, agora são doses homeopáticas", disse.

Outro dado que colaborou para tirar força do real foi a confiança do consumidor medida pela FGV, que caiu 3,3% em maio, atingindo o menor nível desde abril de 2009. Já nos EUA, as vendas de moradias novas subiram 6,4% em abril, para 433 mil unidades, superando as previsões, o que impulsionou o dólar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniCâmbioDólarEconomistasMoedasPersonalidades

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame