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Dólar sobe com cautela ligada à disputa entre EUA e China

Às 10:21, o dólar avançava 0,48%, a 3,8658 reais na venda

Câmbio: dólar subia ante o real nesta sexta-feira (iStock/Getty Images)

Câmbio: dólar subia ante o real nesta sexta-feira (iStock/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2019 às 09h19.

Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 10h29.

O dólar subia ante o real nesta sexta-feira, com busca por cautela no exterior após uma escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Às 10:21, o dólar avançava 0,48%, a 3,8658 reais na venda.

Na véspera, o dólar avançou 0,79% e encerrou a 3,8475 reais na venda.

Neste pregão, o dólar futuro subia cerca de 0,7%.No exterior, foi desencadeada uma busca por proteção após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na véspera que aplicará tarifas de 10% sobre 300 bilhões de dólares remanescentes em importações chinesas a partir de 1º de setembro.

De acordo com analistas da XP Investimentos, a medida pode impactar o Brasil de duas maneiras: com crescimento menor, "mas difícil de estimar e provavelmente muito marginal" e com possibilidade de novos cortes de juros aqui se o Federal Reserve "acelerar seu passo de cortes, dado que a economia pode ser comprometida com a retaliação à China."

Após o anúncio de Trump, operadores de juros futuros começaram a remontar posições de que o Fed reduzirá juros novamente neste ano. Agentes precificam agora mais dois cortes de juros até o fim do ano, incluindo uma confiança quase completa de que o Fed afrouxará a política monetária de novo quando se reunir no próximo mês.

No entanto, o real não se beneficiava nesta sexta-feira da percepção de que o Fed poderia cortar juros. Na avaliação do economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, o efeito da nova rodada de tarifas sobre emergentes, mais notadamente o real, é mais negativo do que positivo.

Os riscos se sobrepõem a qualquer efeito eventual de corte de juros pelo Fed, que ainda é incerto, segundo ele.

"Talvez estimule algum corte a mais, mas por outro lado o aumento de tarifas pode ter pressões inflacionárias. A equação não é tão simples", explicou.

No panorama doméstico, investidores se preparam para a retomada dos trabalhos no Congresso após o período de recesso parlamentar. A expectativa é que as matérias econômicas, notadamente a votação em segundo turno da reforma da Previdência, ocorram na próxima semana.

O Banco Central realiza nesta sexta-feira leilão de até 11 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro, no valor de 11,5 bilhões de dólares.

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