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Dólar sobe ante real com ação do BC e após impeachment

O dólar subiu, mas ainda continuou abaixo de 3,50 reais


	Dólares: dólar avançou 0,79 por cento, a 3,4727 reais na venda
 (Thinkstock/Ingram Publishing)

Dólares: dólar avançou 0,79 por cento, a 3,4727 reais na venda (Thinkstock/Ingram Publishing)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 17h43.

São Paulo - O dólar subiu nesta quinta-feira, mas ainda continuou abaixo de 3,50 reais, com nova intervenção do Banco Central no mercado e após o Senado aprovar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, levando a seu afastamento por até 180 dias, como era esperado e em boa parte precificado pelo mercado.

O dólar avançou 0,79 por cento, a 3,4727 reais na venda, após atingir 3,5068 reais na máxima e 3,4351 reais na mínima desta sessão. O dólar futuro subia cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"Sem o BC hoje teríamos um dólar mais baixo e poderíamos ter ido mais perto dos 3,40 reais", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. A moeda norte-americana fechou na véspera a 3,4456 reais.

O BC vendeu integralmente a oferta de até 20 mil swaps reversos, depois de, na véspera, ter realizado três leilões, oferecendo até 20 mil contratos em cada operação e vendendo 47.970 swaps.

Muitos operadores entendem que o BC não quer o dólar abaixo de 3,50 reais para não prejudicar as exportações e, assim, as contas externas do país.

Do lado político, chamou a atenção o placar da decisão do Senado desta manhã, que aprovou por 55 votos a favor e 22 contra o afastamento temporário de Dilma, quantidade necessária para o impedimento definitivo da presidente, que ainda precisa ser decidido pela Casa.

Com o afastamento de Dilma, o vice Michel Temer assumiu interinamente a Presidência e já anunciou novos ministros, confirmando Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, como seu ministro da Fazenda. O novo ministro deve anunciar medidas na sexta-feira.

Alguns operadores destacaram que as próximas sessões podem ser marcadas por volatilidade, à espera de anúncios de medidas do novo governo e com o baixo giro financeiro acentuando o movimento.

"O mercado ainda vai achar um ponto de equilíbrio para o dólar... Mas só mais à frente, depois que governo começar mesmo a mostrar seus planos para a economia", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa, acrescentando que o viés ainda é de qued ada moeda norte-americana.

Nesse cenário, o mercado esperava ainda a confirmação do nome que ficará à frente do BC. A expectativa é que o atual presidente Alexandre Tombini permaneça no cargo por um período de transição, que pode até ser até um pouco mais longo. Nesta quinta-feira, Dilma exonerou seus ministros, com exceção de Tombini.

Após o afastamento temporário de Dilma, os mercados financeiros ainda têm algum espaço para manter o recente otimismo por mais um tempo depois que Temer começar a colocar em prática as mudanças na condução da política econômica que já vinha sinalizando e tentar resgatar a confiança tão abalada nos últimos anos, uma vez que seu governo é visto como "market friendly".

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