Segundo profissionais do mercado, a fraqueza do euro também colaborou para a alta do dólar (Hugh Pinney/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2010 às 17h08.
São Paulo - O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, acompanhando o movimento da moeda no exterior antes da reunião entre líderes do G20 nesta semana.
Dados positivos sobre a economia norte-americana também deram fôlego à moeda. Segundo profissionais do mercado, a fraqueza do euro também colaborou para a alta do dólar nas operações locais, em meio a preocupações com a saúde fiscal de países europeus.
No fechamento, o dólar subiu 0,71 por cento, a 1,711 real na venda. No mesmo horário, a divisa dos EUA alcançava a máxima em um mês ante uma cesta de divisas, favorecida pela depreciação do euro.
"Tem muita incerteza rondando o G20. Ninguém sabe ao certo o que está sendo discutido com relação à questão cambial, e na dúvida o pessoal corre para o dólar", disse o operador de câmbio Ovídio Soares, da Interbolsa do Brasil.
Os líderes das 20 principais economias do mundo se reúnem a partir desta quinta-feira na Coreia do Sul. Espera-se que no encontro as autoridades discutam meios de lidar com a chamada "guerra cambial".
Os países emergentes vêm demonstrando insatisfação com a recente desvalorização do dólar e criticam a nova rodada de estímulos no valor de 600 bilhões de dólares anunciada pelo Federal Reserve na semana passada.
"No encontro do G20 nesta semana, os prospectos de um acordo substancial como o alcançado no encontro entre ministros de Finanças do grupo em outubro parecem estar diminuindo", disseram analistas do Barclays, em relatório.
Nesse contexto, "os formuladores de política monetária têm levantado a possibilidade de cortar taxas de juros em resposta à rápida apreciação de suas moedas", escreveram analistas da Capital Economics, também em relatório.
A alta do dólar nesta sessão encontrou suporte ainda em dados mais fortes dos EUA. O entendimento é de que se a economia está se recuperando, a possibilidade de aumento de juros no país ganha força, o que tornaria investimentos em dólar mais atrativos.
De fato, nesta sessão, o rendimento do Treasury de 10 anos, referência do mercado, subia a 2,7129 por cento, ante 2,663 no fechamento anterior.
Num sinal de que a atividade está melhorando, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA atingiram a mínima em quatro meses na última semana, enquanto o déficit comercial encolheu mais que o esperado em setembro .
Investidores também monitoraram o aumento do compulsório pela China, em uma tentativa de esfriar a inflação. A medida, no entanto, interfere no crescimento econômico e tende a reduzir o consumo de matérias-primas, um dos principais componentes da pauta de exportações do Brasil.
Rádio EXAME: Se não houver acordo no G20, câmbio pode virar guerra comercial