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Dólar sobe a R$3,17 com discussões sobre meta fiscal maior

Segundo fontes, já está definido que as metas de déficit primário passarão a 159 bilhões de reais tanto para 2017 quanto 2018

Dólar: "O cenário causa desconforto e pode levar o dólar a 3,20 reais no curto prazo" (iStock/Thinkstock)

Dólar: "O cenário causa desconforto e pode levar o dólar a 3,20 reais no curto prazo" (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 17h21.

São Paulo - O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, terceira sessão consecutiva de valorização e no nível mais alto desde meados de julho, com os investidores reagindo mal ao fato de o governo estar se preparando para anunciar meta de déficit primário maior e às tensões crescentes entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O dólar avançou 0,74 por cento, a 3,1756 reais na venda, maior patamar de fechamento desde 17 de julho (3,1814 reais).

Na máxima da sessão, a moeda norte-americana chegou a 3,1735 reais, acumulando alta de 1,61 por cento em três pregões. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 0,65 por cento.

"O cenário causa desconforto e pode levar o dólar a 3,20 reais no curto prazo", afirmou o superintendente da corretora Correparti, Ricardo Gomes da Silva.

O governo deve anunciar as novas metas fiscais na próxima segunda-feira. A expectativa era que ocorresse nesta tarde e, apesar de ter sido adiado, segundo fontes ouvidas pela Reuters, já está definido que as metas de déficit primário passarão a 159 bilhões de reais tanto para 2017 quanto 2018, mesma cifra obtida em 2016, buscando sinalizar que pelo menos a trajetória das contas públicas não vai piorar.

O mercado também passou a ficar mais preocupado com a força política do presidente Michel Temer, que usou boa parte do Orçamento destinado a emendas parlamentares neste ano para garantir apoio na Câmara dos Deputados e barrar a denúncia por crime de corrupção passiva contra ele.

Os agentes econômicos temem que as reformas, em especial e da Previdência, não consiga avançar no Congresso Nacional.

A questão geopolítica entre Estados Unidos e Coreia do Norte também foi acompanhada de perto pelos investidores.

"Temos cautela nas mesas, com claro enxugamento de risco, mas com indicação de pouca crença no conflito bélico/nuclear efetivo", comentou a corretora H.Commcor em relatório.

Mais cedo, a Coreia do Norte ironizou os alertas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Pyongyang irá enfrentar "fogo e fúria" se ameaçar os norte-americanos, e divulgou planos detalhados para um ataque com mísseis perto de Guam, território dos EUA no oceano Pacífico.

À tarde, Trump disse que os Estados Unidos sempre vão "considerar negociações" com a Coreia do Norte, mas advertiu que o país deve ficar muito preocupado se fizer algo aos EUA.

O dólar caía ante uma cesta de moedas e recuou para a mínima em oito semanas ante o iene, com os investidores procurando ativos menos arriscados.

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