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Dólar sobe a R$ 2,5860 com comunicado do BC e exterior

Internamente, a alta do dólar refletiu as expectativas criadas pelo comunicado mais dovish do Copom sobre um ritmo de aumento de juros menor em janeiro


	Dólares: no fim da sessão, o dólar à vista fechou com alta de 1,21%, aos R$ 2,5860
 (Karen Bleier/AFP)

Dólares: no fim da sessão, o dólar à vista fechou com alta de 1,21%, aos R$ 2,5860 (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 16h33.

São Paulo - O dólar subiu ante o real, nesta quinta-feira, 4, contrariando a queda ante outras divisas no exterior após comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

Internamente, a alta do dólar refletiu as expectativas criadas pelo comunicado mais dovish do Copom sobre um ritmo de aumento de juros menor em janeiro ou no máximo uma elevação de 0,50 ponto porcentual.

Além disso, o real, assim como outras moedas ligadas a commodities, foi pressionado pela decisão de política monetária do BCE e comentários do presidente da instituição.

No fim da sessão, o dólar à vista fechou com alta de 1,21%, aos R$ 2,5860.

No mercado futuro, o dólar para janeiro avançava 1,30%, aos R$ 2,6050. No mesmo horário, o euro subia para US$ 1,2368, de US$ 1,2309 no fim da tarde de ontem.

O Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano, mesmo em um cenário de economia estagnada.

A decisão foi unânime e era esperada pela maior parte do mercado.

No comunicado divulgado depois do anúncio, o BC disse que, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o colegiado avalia que o esforço adicional de política monetária "tende a ser implementado com parcimônia".

As declarações acabaram provocando especulações sobre se a autoridade monetária poderia reduzir o ritmo de alta da Selic na sua próxima reunião, marcada para o dia 21 de janeiro.

Na Europa, o BCE decidiu manter suas três principais taxas de juros inalteradas na última reunião de política monetária do ano.

Após o anúncio, Draghi concedeu entrevista coletiva, durante a qual traçou um cenário mais sombrio para a economia da zona do euro e não ofereceu sinais claros sobre novas medidas de estímulo para a região, o que levou o euro para as máximas na sessão.

A fala do presidente do BCE acabou frustrando as expectativas dos investidores que esperavam que o BCE sinalizaria a adoção de relaxamento quantitativo (QE, em inglês).

Na prática, um QE europeu significaria recursos no sistema global, sendo que parte disso poderia ir para países como o Brasil.

Na agenda de indicadores doméstica, foram anunciados dados da inflação,sem efeito sobre o mercado.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma alta de 0,69% em novembro.

O número representa uma aceleração em relação a outubro, quando o índice apresentou um avanço de 0,37%.

À tarde, o BC informou que a poupança registrou captação líquida positiva de R$ 2,534 bilhões em novembro. No acumulado do ano até o mês passado, a captação líquida da poupança está em R$ 18,605 bilhões.

O saldo é 69% menor do que o verificado em idêntico período de 2013, quando somou R$ 59,845 bilhões.

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