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Dólar sobe a R$3,84 por turbulências políticas

Às 10:54, o dólar avançava 0,47 por cento, a 3,8414 reais na venda


	Notas de dólar: às 10:54, o dólar avançava 0,47 por cento, a 3,8414 reais na venda
 (Adam Gault/Thinkstock)

Notas de dólar: às 10:54, o dólar avançava 0,47 por cento, a 3,8414 reais na venda (Adam Gault/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 10h07.

São Paulo - O dólar avançava a 3,84 reais nesta segunda-feira, pressionado pelo quadro de turbulências políticas no Brasil após a manutenção da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, mas era negociado longe das máximas da sessão conforme operadores corrigiam exageros da abertura e repercutiam a atuação do Banco Central no câmbio.

Operadores ressaltaram também que a briga pela formação da Ptax de novembro, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais, adicionava volatilidade.

Às 10:54, o dólar avançava 0,47 por cento, a 3,8414 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 3,9141 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de outubro, quando foi a 3,9574 reais.

"O mercado levou um susto na abertura, mas corrigiu um pouco ao longo da manhã porque estava operando no emocional. A volatilidade é a regra, não dá para ter grandes certezas", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

No fim de semana, Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG após o Supremo Tribunal Federal (STF) mantê-lo preso por tempo indeterminado por suspeita de obstrução da operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.

A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político, bem como o próprio BTG ser muito afetado, o que poderia obrigá-lo a desmontar posições no mercado e, assim, afetar a liquidez.

Os investidores reagiram se refugiando na segurança do dólar, entendendo que as notícias deixam o quadro político brasileiro ainda mais incerto. Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se somavam ao quadro de incertezas.

Investidores também adotavam cautela antes da votação da meta de resultado primário deste ano, marcada para terça-feira no Congresso Nacional, em meio a turbulências após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).

Operadores afirmaram que o avanço do dólar foi reduzido pela intervenção do BC, que fará nesta tarde leilão de venda de até 2,75 bilhões de dólares com compromisso de recompra, com fim de rolar as linhas que vencem em dezembro. Além disso, também dará início, na terça-feira, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, sinalizando que deve repor integralmente os contratos equivalentes a venda futura de dólares.

"O BC adotou a atitude correta. Ele quer evitar que o mercado engrene em um círculo vicioso de pessimismo como aquele que vimos há alguns meses", disse o operador de um banco internacional, referindo-se à escalada da moeda norte-americana em agosto e setembro, que levou o BC e o Tesouro Nacional a atuarem de forma conjunta no mercado

Texto atualizado às 11h07

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