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Dólar sobe 0,63% com cautela sobre reforma da Previdência

Nos últimos dias, o governo concentrou esforços para conseguir tirar do papel ainda este ano a reforma da Previdência

Dólar: "Esse racha do PSDB prejudica a situação (para a votação da reforma da Previdência)" (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: "Esse racha do PSDB prejudica a situação (para a votação da reforma da Previdência)" (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 17h25.

São Paulo - O dólar encerrou a sexta-feira em alta ante o real, em sintonia com o exterior e com os investidores cautelosos com as negociações políticas do governo do presidente Michel Temer para tentar votar a reforma da Previdência após os conflitos internos no PSDB, legenda que faz parte da base de apoio.

O dólar avançou 0,63 por cento, a 3,2805 reais na venda, acumulando na semana queda de 0,80 por cento, a primeira após três altas semanais seguidas que acumularam valorização de 5 por cento.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,2513 reais e, na máxima, 3,2834 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento no final da tarde.

"Esse racha do PSDB prejudica a situação (para a votação da reforma da Previdência)", afirmou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech.

Na véspera, o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), retirou o também senador Tasso Jereissati (CE) do comando interino da legenda.

O movimento se deu num momento de racha interno do PSDB, onde uma parcela dos tucanos, entre eles Tasso, defende o desembarque do partido do governo federal, enquanto uma outra, que tem Aécio entre seus expoentes, defende a permanência.

Nos últimos dias, o governo concentrou esforços para conseguir tirar do papel ainda este ano a reforma da Previdência e já se conformou com um texto mais enxuto. Depois de Temer sinalizar no começo da semana que poderia desistir da reforma, a força-tarefa do governo que se seguiu voltou a trazer o benefício da dúvida aos mercados financeiros, mas sempre com bastante cautela.

Especialistas ouvidos pela Reuters, no entanto, avaliam que Temer tem poucas chances de conseguir aprovar a reforma, mesmo numa versão mais enxuta. Além da reforma da Previdência, o governo também precisa do Congresso para assegurar outras medidas fiscais imprescindíveis para o Orçamento de 2018, e a tarefa não é fácil.

Em meio a esse ambiente doméstico, no exterior cresceram as preocupações com a reforma tributária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na véspera, os republicanos do Senado apresentaram um plano tributário diferente da versão dos deputados em vários tópicos importantes, incluindo a maneira como tratam a taxa corporativa, a dedução para Estados e as taxas locais, além das estatais.

O dólar registrava leve oscilação ante uma cesta de moedas, mas subia frente a divisas de países emergentes como os pesos chileno e mexicano.

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