Dólar sobe 0,38% após dado robusto de emprego nos EUA
Os empregadores dos Estados Unidos contrataram mais trabalhadores do que o esperado em julho e aumentaram seus salários
Reuters
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 17h20.
São Paulo - O dólar encerrou a sexta-feira em alta ante o real, após dados robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentarem as apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode elevar mais uma vez os juros neste ano.
O dólar avançou 0,38 por cento, a 3,1254 reais na venda, acumulando queda pela quinta semana consecutiva, de 0,30 por cento. Na mínima, marcou 3,1085 reais e, na máxima, 3,1321 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,40 por cento.
"Os dados foram bons, mas ficaram devendo uma surpresa ainda mais positiva no aumento do nível dos salários em julho, o que poderia dar suporte a uma correção mais profunda no dólar", afirmou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
Os empregadores dos Estados Unidos contrataram mais trabalhadores do que o esperado em julho e aumentaram seus salários, sinais de aperto no mercado de trabalho que provavelmente abrirão o caminho para o Fed anunciar no próximo mês um plano para começar a encolher seu enorme portfólio de títulos.
O crescimento salarial lento e a inflação benigna que o acompanha sugerem que o banco central atrasará o aumento das taxas de juros novamente até dezembro.
Nesta sessão, os juros futuros dos Estados Unidos mostravam chances de 50 por cento de que o Fed aumentaria os juros básicos em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 1,25 a 1,50 por cento em sua reunião de 12 a 13 de dezembro. Antes, as apostas estavam em 46 por cento.
O dólar subia ante uma cesta de moedas, e também ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno. A alta da moeda também foi influenciada por comentários do diretor do Conselho Econômico Nacional Gary Cohn sobre redução dos impostos corporativos.
Internamente, os investidores estavam um pouco mais otimistas, esperando que a reforma da Previdência comece a andar no Congresso Nacional após o presidente Michel Temer ter conseguido afastar denúncia de crime por corrupção passiva contra ele na Câmara dos Deputados nesta semana.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que trabalha com a aprovação da reforma da Previdência em outubro.