Mercados

Dólar sobe 0,37% ante real de olho no governo e exterior

Na máxima da sessão, a moeda chegou a subir a 1,8250 real, mas arrefeceu o movimento ao longo da tarde

Imagem de notas de 100 dólares norte-americanos na sede do Korea Exchange Bank, em Seul (Jo Yong hak/Reuters)

Imagem de notas de 100 dólares norte-americanos na sede do Korea Exchange Bank, em Seul (Jo Yong hak/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 17h30.

São Paulo - O dólar retomou a trajetória de alta ante o real nesta quarta-feira, em linha com valorização da moeda no exterior, após o Federal Reserve, banco central norte-americano, diminuir expectativas de uma nova rodada de estímulos. Investidores também seguiram atentos à possibilidade de o governo adotar novas medidas sobre o mercado de câmbio, depois de já ter atuado três vezes desde o início do mês. No fechamento, o dólar subiu 0,37 por cento, para 1,8070 real na venda.

Na máxima da sessão, a moeda chegou a subir a 1,8250 real (+1,37 por cento), mas arrefeceu o movimento ao longo da tarde. Segundo o gerente de derivativos de uma corretora paulista, a desaceleração da alta do dólar perto do final da sessão decorreu de operações de "day trade", que consistem na compra e venda de um mesmo ativo (no caso o dólar) num mesmo dia. "As tesourarias compraram de manhã e início da tarde e venderam depois, querendo embolsar lucros", afirmou o gerente, pedindo anonimato.

De modo geral, o profissional lembrou que paira no mercado a incerteza sobre as próximas medidas do governo no mercado de câmbio. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem afirmado repetidamente que o governo não vai permitir a apreciação excessiva do real para não prejudicar mais a indústria, setor que tem patinando desde o ano passado. "Portanto, não há razão para não ficar cauteloso com o real.

Parece que o dólar pode oscilar numa faixa entre 1,79 real e 1,83 real por enquanto na ausência de mais medidas", afirmou em relatório a equipe de estrategistas para mercados emergentes do banco francês BNP Paribas. Dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira mostraram que o fluxo de dólares ao Brasil seguiu firme na semana passada, mas sustentado totalmente pelas operações comerciais.

Houve superávit de 2,642 bilhões de dólares na semana passada, com saldo positivo de 5,108 bilhões de dólares no acumulado de março até dia 9. Nesta quarta-feira, o Banco BMG precificou uma emissão de 150 milhões de dólares em bônus de cinco anos e duas semanas no exterior, escapando do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento para emissões de até cinco anos imposto pelo governo recentemente

. No exterior, o dólar tinha mais uma dia de ampla valorização , ainda repercutindo comentários feitos na véspera pelo Fed, que jogaram água fria em esperanças de uma nova rodada de estímulos econômicos, algo que poderia derrubar o dólar em nível global. O euro caía cerca de 0,40 por cento, a 1,3020 dólar, enquanto o dólar australiano, de perfil semelhante ao real, cedia cerca de 0,80 por cento, a 1,0447 dólar norte-americano. 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame