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Dólar segue exterior e termina em baixa ante real

O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,8557 reais na venda, depois registrar a mínima de 3,8348 reais. Na véspera, a moeda havia subido 2,04 por cento

Dólar: pesquisa de intenção de voto do Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria, também contribuiu para o recuo, levando a moeda a bater a mínima (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: pesquisa de intenção de voto do Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria, também contribuiu para o recuo, levando a moeda a bater a mínima (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2018 às 17h05.

Última atualização em 28 de junho de 2018 às 17h06.

São Paulo - O dólar terminou a sessão desta quinta-feira em baixa ante o real, acompanhando a trajetória da divisa norte-americana ante a maioria das moedas emergentes no exterior, um dia depois de ter subido mais de 2 por cento, para o maior nível desde o começo do mês.

A pesquisa de intenção de voto do Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também contribuiu para o recuo, levando a moeda a bater a mínima do dia após sua divulgação. O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,8557 reais na venda, depois registrar a mínima de 3,8348 reais. Na véspera, a moeda havia subido 2,04 por cento, para 3,8755 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,05 por cento.

"O dólar caía ante emergentes e os dados mais fracos da economia norte-americana ajudaram a reforçar essa trajetória. Internamente, tivemos ainda a contribuição da pesquisa Ibope, que mostra a esquerda sem força", justificou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Nos Estados Unidos, o dólar tinha leves oscilações ante a cesta de moedas e recuava ante a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, como o peso mexicano.

A economia norte-americana cresceu 2 por cento no primeiro trimestre deste ano, em dado revisado para baixo da taxa de 2,2 por cento divulgada no mês passado devido ao desempenho mais fraco dos gastos dos consumidores em quase cinco anos.

Internamente, a pesquisa Ibope mostrou que o pré-candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, lidera a corrida presidencial no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 17 por cento das intenções de voto, mas tecnicamente empatado no limite da margem de erro com Marina Silva (Rede), que registrou 13 por cento.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) veio a seguir, com 8 por cento, à frente do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 6 por cento na pesquisa, que tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.

"Ciro Gomes, principal fator de risco para o mercado no momento, ficou bem atrás, com 8 por cento, tecnicamente empatado com Geraldo Alckmin. Com esses dois candidatos abocanhando as chances para o segundo turno, o mercado fica com opções sólidas para ter sua agenda de governo assegurada no próximo mandato", avaliou o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.

Candidato do PT no cenário sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, aparece com apenas 2 por cento.

"Como não trabalhamos com a hipótese de Lula conseguir ser candidato, vemos o PT e o Ciro Gomes fracos na disputa", destacou Faria Júnior, para quem o ex-presidente, preso em condenação do tríplex do Guarujá, não conseguirá registrar sua candidatura.

A defesa de Lula apresentou uma nova ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Edson Fachin de remeter o pedido de liberdade do petista para julgamento no plenário, em vez da Segunda Turma da corte.

O Banco Central não anunciou novas intervenções no mercado cambial para esta sessão. Apenas realizou o último leilão de swaps para rolagem do vencimento de julho, que totalizava 8,762 bilhões de dólares, com oferta de 8,03 mil contratos, vendidos integralmente.

Diante dos recentes leilões de novos contratos de swap cambial tradicional, o volume a vencer totaliza 14,023 bilhões de dólares em agosto, segundo dados do Banco Central.

Em entrevista para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autoridade continuará acompanhando os mercados, dando liquidez e usando diversos instrumentos, se necessário, e que não vê problemas em ir além com os estoques de swaps cambiais.

(Edição de Camila Moreira e Iuri Dantas)

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