Mercados

Dólar recua monitorando Previdência e observando cautela no exterior

Às 10:53, o dólar recuava 0,50 por cento, a 3,7260 reais na venda, após fechar com variação positiva de 0,10 por cento, a 3,7448 reais na véspera.

Câmbio: dólar rondava a estabilidade ante o real no início do pregão desta quarta-feira (Yuji Sakai/Getty Images)

Câmbio: dólar rondava a estabilidade ante o real no início do pregão desta quarta-feira (Yuji Sakai/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 09h23.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2019 às 11h04.

São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, sem direção clara em pregão de razoável volatilidade, aguardando avanços ligados à reforma da Previdência e observando sentimento de aversão ao risco no exterior.

Às 10:53, o dólar recuava 0,50 por cento, a 3,7260 reais na venda, após fechar com variação positiva de 0,10 por cento, a 3,7448 reais na véspera.

O dólar futuro recuava 0,53 por cento.

Segundo participantes do mercado, o pregão deve ser marcado por razoável volatilidade, que não implica em mudança de patamar, em função da formação da taxa Ptax de final de mês e com investidores realizando movimentos defensivos antes do Carnaval.

"Não tem um direcionamento muito claro. Temos tido alguns dias de instabilidade com relação às incertezas sobre a reforma da Previdência", afirmou o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.

Investidores seguem monitorando negociações ligadas à reforma, ainda que a matéria só deva avançar de fato após o Carnaval.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro ouviu de parlamentares que o governo precisa sinalizar disposição para alterar artigos da reforma que tratam do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e das aposentadorias rurais, caso contrário, a proposta terá dificuldades de andar no Congresso.

Sabendo que ainda não tem votos suficientes para a aprovar a reforma, o governo parte agora para uma aproximação com bancadas e líderes.

"Ao que tudo indica o próprio presidente precisará ser efetivo na busca da formação de sua base de apoio, melhorando a comunicação com os parlamentares e partidos, um pedido do próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que vê falhas na articulação, segundo ele, lenta", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, em nota.

No exterior, há cautela e certa aversão ao risco entre investidores após o Paquistão realizar ataques aéreos e abater dois jatos indianos nesta quarta-feira, segundo autoridades paquistanesas.

Nesta quarta-feira, o mercado acompanha também o segundo dia de depoimentos semestrais do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso norte-americano.

Em declarações preparadas ao Senado, Powell disse que crescentes riscos e dados fracos recentes não devem impedir o crescimento sólido da economia dos EUA neste ano, mas que o Fed seguirá "paciente" ao decidir sobre novos aumentos de juros.

O Banco Central realiza nesta quarta-feira leilão de até 10,28 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de março, no total de 9,811 bilhões de dólares.

O BC também já anunciou que fará leilão de linha -- venda com compromisso de recompra -- nesta quarta-feira, com oferta de 3 bilhões de dólares, para rolagem parcial de um total de 6,05 bilhões de dólares com vencimento em março.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólar

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame