Dólar fecha perto de R$ 4,14 e renova no maior nível em quase um ano
Moeda começou a semana em nova alta contra o real, tendo como pano de fundo um ambiente de incerteza comercial no exterior.
Reuters
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 09h30.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 17h51.
São Paulo - O dólar começou a semana em nova alta contra o real, renovando a máxima em quase um ano, tendo como pano de fundo um ambiente de incerteza comercial no exterior. A moeda ganhou mais força apósa divulgação de uma pesquisa mostrando queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro .
O dólar à vista fechou com valorização de 0,37%, a 4,1396 reais na venda. É o maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018 (4,1422 reais na venda).
Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 1,15%, a 4,1244 reais na venda. Neste pregão, o dólar futuro tinha alta de cerca de 0,79%.
Na máxima do dia, o dólar à vista saiu a 4,1640 reais. Pelas taxas de compra, a cotação mais elevada foi de 4,1624 reais, maior patamar durante os negócios desde 19 de setembro de 2018 (4,1752 reais na compra).
Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a se desvalorizar contra o real, na esteira de notícias sobre a guerra comercial nesta segunda-feira, com a China pedindo calma e o presidente norte-americano, Donald Trump, prevendo um acordo depois que os mercados recuaram em resposta a novas tarifas de ambos os países.
Para Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon, o dólar agora passa a operar em linha com seus pares emergentes, já que, apesar do alívio momentâneo dado pelas declarações, o cenário ainda é de cautela.
"O dólar operar em alta diante do cenário externo mais incerto faz muito mais sentido. Todos sabem que essa conversa de uma resolução próxima da guerra comercial é papo e que a tendência é que isso se estenda por um período indeterminado."
Na cena doméstica, o BC vendeu todos os 550 milhões de dólares em moeda física nesta sexta-feira e negociou ainda todos os 11 mil contratos de swap cambial reverso ofertados -- nos quais assume posição comprada em dólar.
Na semana passada, o Banco Central anunciou a programação de leilões de venda de dólar à vista ao longo do mês de setembro, em operações que podem somar 11,6 bilhões de dólares.