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Dólar reduz alta após BC elevar rolagem de swap

Às 12h54, a moeda norte-americana subia 0,71 por cento, a 2,6131 reais na venda, após atingir 2,6300 reais na máxima desta sessão


	Moeda norte-americana subia 0,71 por cento às 12h54, a 2,6131 reais na venda, após atingir 2,6300 reais na máxima desta sessão
 (Bay Ismoyo/AFP)

Moeda norte-americana subia 0,71 por cento às 12h54, a 2,6131 reais na venda, após atingir 2,6300 reais na máxima desta sessão (Bay Ismoyo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 12h58.

O dólar reduzia a alta ante o real nesta sexta-feira após o Banco Central ampliar a oferta de swaps cambiais para rolagem, mas continuava acima de 2,60 reais em meio às incertezas sobre a política econômica, nova fase da operação Lava Jato e notícias sobre a Petrobras.

Às 12h54, a moeda norte-americana subia 0,71 por cento, a 2,6131 reais na venda, após atingir 2,6300 reais na máxima desta sessão, maior patamar intradia desde 5 de abril de 2005, quando foi a 2,6330 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 355 milhões de dólares. Neste mês, o dólar fechou apenas um pregão em queda, acumulando alta de 4,68 por cento até a véspera.

"Se o BC quiser segurar essa alta do dólar, vai precisar fazer mais", disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel. "O problema não é uma falta técnica de dólares, são especulações por causa das incertezas. E enquanto o próximo ministro da Fazenda fica no ar, a especulação corre solta", acrescentou.

Na segunda-feira, o BC ofertará até 14 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro e correspondem a 9,831 bilhões de dólares.

Até então, o BC vinha ofertando até 9 mil papéis por leilão.

Se mantiver o novo ritmo e vender os lotes integralmente até o penúltimo pregão do mês, como tem ocorrido nas últimas rolagens, rolará praticamente todo o lote do mês que vem. Ou seja, sem aumentar sua posição em swaps, em termos líquidos.

O anúncio veio logo após o leilão de rolagem desta sessão, no qual a autoridade monetária vendeu a oferta total. Até agora, foram rolados cerca de 40 por cento do lote total.

Nesta manhã, o BC vendeu também a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,25 mil contratos para 1º de junho e 750 contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.

Logo após o anúncio do aumento da rolagem, o dólar reduziu a alta e chegou a 2,5991 reais, mas voltou a pisar no acelerador em seguida.

Investidores vêm mostrando forte preocupação com a perspectiva para a política fiscal, criticada por ser pouco transparente. Um possível sinal de mudança, na avaliação dos analistas, seria a nomeação de um ministro da Fazenda com perfil mais ortodoxo no lugar de Guido Mantega.

"O fator macro é de valorização do dólar no longo prazo, mas um ministro da Fazenda que agrade mais os mercados... pode aliviar um pouco no curto prazo", disse o operador da corretora WinTrade Renato Magliari.

Os nomes mais citados para o posto são o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o atual presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. De longe, o preferido dos mercados é Meirelles.

"O mercado vem absorvendo as incertezas. Toda vez que o pessoal lembra que as coisas não estão fáceis e a perspectiva está longe de ser tranquila, corre para se proteger no dólar", afirmou o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.

Ele acrescentou que a indefinição subiu mais um nível nesta sessão após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato e que envolve "grandes empresas", o que pode impactar a confiança dos agentes econômicos e afetar a economia real.

O mercado também estava mais sensível por conta da Petrobras , que anunciou que não divulgará seu balanço nesta semana, pois pretende aprofundar as investigações referentes às denúncias de corrupção na operação Lava Jato, abalando ainda mais a confiança dos investidores.

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