Mercados

Dólar recua, mas encerra longe da mínima

A moeda não operou em alta em nenhum momento, com o mercado ainda "comemorando" as medidas de aumento de impostos anunciadas pelo governo


	Dólar: moeda comercial terminou o dia em baixa de 0,38%, a R$ 2,6060
 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

Dólar: moeda comercial terminou o dia em baixa de 0,38%, a R$ 2,6060 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 16h15.

São Paulo - Uma conjunção de fatores favoreceu a trajetória de baixa do dólar na sessão desta quarta-feira, 21.

A moeda não operou em alta em nenhum momento, com o mercado ainda "comemorando" as medidas de aumento de impostos anunciadas pelo governo no começo da semana.

A expectativa pelo relaxamento quantitativo (QE) do Banco Central Europeu (BCE), amanhã, favorece o movimento vendedor e, apesar de o Banco Central do Canadá ter levado a um aperto nas cotações, a trajetória não se inverteu.

O dólar comercial terminou o dia em baixa de 0,38%, a R$ 2,6060.

Na mínima do dia, marcou R$ 2,5880 (-1,07%) e, na máxima, R$ 2,6110 (-0,19%).

No mercado futuro, o dólar para fevereiro registrava, às 16h36, recuo de 0,34%, a R$ 2,6130.

A moeda trabalhou em baixa a sessão toda, favorecida pela leitura de que a equipe econômica está trabalhando para reconquistar a credibilidade do mercado por meio de medidas mais duras.

O mercado está dando um voto de confiança à equipe comandada por Joaquim Levy (Fazenda), e isso se reflete em queda nas cotações - ou fortalecimento do real.

Hoje, em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, ele foi aplaudido após seu pronunciamento sendo qualificado por participantes do evento como "transparente", "profissional" e "pragmático".

Para um dos presentes, a nomeação de Levy "foi a melhor notícia dos últimos meses no Brasil".

E essa leitura foi feita mesmo depois de ele ter sinalizado, segundo alguns participantes, que a economia brasileira tende a ficar estável em 2015.

Ele sinalizou que o ano será de ajustes e citou como exemplo o aumento de impostos.

Em entrevista à TV Bloomberg, também hoje, ele foi além ao dizer ser possível termos um trimestre negativo.

"O PIB brasileiro é muito resiliente, mas estamos próximos de zero", afirmou.

A expectativa de aumento dos juros no Brasil - o mercado espera que o Copom eleve hoje a Selic em mais 0,50 ponto, para 12,25% ao ano - eleva o diferencial com os juros praticados no exterior e atrai recursos para o país, o que favorece a queda das cotações.

Na tarde de hoje, depois de o BC ter anunciado que o fluxo cambial teve uma semana positiva, a moeda bateu a mínima da sessão.

O movimento foi corrigido mais tarde, ajudado pela decisão do BC do Canadá, que, de surpresa, reduziu sua taxa básica de juros.

Isso fez despencar o dólar canadense ante o norte-americano e o movimento se replicou por outras moedas de países exportadores de commodities.

Assim, a moeda no Brasil fechou longe da mínima da sessão, em R$ 2,6060.

O BC anunciou que o fluxo cambial ficou positivo na semana de 12 a 16 de janeiro em US$ 2,310 bilhões, depois de a saída de dólares do Brasil ter superado a entrada em US$ 1,318 bilhão na semana de 5 a 9 do mês.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Nasdaq cai 2,4% puxado por Intel e Amazon e aprofunda correção

Ibovespa cai 1,2% com pessimismo nos EUA e volta aos 125 mil pontos

Payroll, repercussão de balanços das big techs e produção industrial no Brasil: o que move o mercado

Mercado amanhece tenso e ações no Japão têm pior dia desde 2016

Mais na Exame