Dólar sobe antes de decisão do Copom (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de agosto de 2020 às 17h14.
Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 17h44.
Depois de ser negociado em queda durante toda a manhã, acompanhando o bom humor externo, o dólar encerrou o pregão desta quarta-feira em alta, à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juro Selic, que será realizada nesta noite. No mercado, as expectativas apontam para mais um corte de 0,25 ponto percentual, como sinalizado na ata da última reunião. No entanto, há divergências sobre se haverá sinalização de novos cortes ou não. A moeda americana subiu 0,184% para 5,2935 reais na venda.
Em teoria, um novo corte da taxa Selic poderia pressionar o dólar para cima, já que os investimentos em renda fixa tendem a ficar ainda menos atrativos, afastando a entrada de dólar especulativo. Para Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, o esperado corte de 0,25 p.p. já foi precificado. “Quem tinha de sair por causa do corte de juros já saiu”, afirmou.
Embora também acredite que o corte de 0,25 p.p. já estivesse no preço do dólar, Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti vê uma "tensão pré-Copom" no mercado de câmbio. "O 0,25 p.p. já estava precificado, tanto que o dólar vinha de alta em relação à semana passada. Mas o mercado não esperava um possível novo corte e hoje já se fala disso", disse.
Pela manhã, o dólar chegou a registrar queda de 1%, com ajuda do cenário externo positivo, após recentes declarações do presidente Donald Trump e da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, sobre os avanços nas negociações sobre o pacote de estímulo. Na véspera, Pelosi se reuniu com representantes da Casa Branca para discutir o tema.
De acordo com o jornal Washington Post, as conversas foram positivas, com ambos os lados concordando em tentar finalizar um acordo até o fim desta semana para que se realize uma votação no Congresso já na próxima semana.
Os dados do ADP, que servem como prévia do payroll, apontaram para a criação de 167.000 postos de trabalho nos Estados Unidos, em julho, ante a expectativa de 1,5 milhão de empregos. Embora tenha ficado bem abaixo das expectativas, os números de junho foram revisados para cima de 2,369 milhões de novos empregos para 4,314 milhões.