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Dólar recua ante real com atuações do BC e exterior

O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,7633 reais na venda, depois de ter marcado a mínima de 3,7534 reais e a máxima de 3,8046 reais

Dólar: no exterior, a moeda norte-americana operava em baixa ante divisas de emergentes (Hamera Technologies/VEJA)

Dólar: no exterior, a moeda norte-americana operava em baixa ante divisas de emergentes (Hamera Technologies/VEJA)

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Reuters

Publicado em 21 de junho de 2018 às 17h04.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira em queda ante o real, após duas atuações do Banco Central no mercado de câmbio e ainda sob influência do exterior, onde a moeda norte-americana operava em baixa ante divisas de emergentes.

O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,7633 reais na venda, depois de ter marcado a mínima de 3,7534 reais e a máxima de 3,8046 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,25 por cento.

"O BC não está deixando a moeda ir além dos 3,80 reais", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.

Pela manhã, quando o dólar chegou ao patamar de 3,80 reais, a autoridade monetária ofertou e vendeu integralmente 20 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, o que reduziu o movimento de alta da moeda norte-americana naquele momento.

Durante a tarde, no entanto, o dólar voltou a subir e o BC fez o segundo leilão, com as mesmas condições e resultados do primeiro. Com isso, já injetou o equivalente a 4 bilhões de dólares em swaps, do total de 10 bilhões de dólares prometido para esta semana.

O BC também realizou leilão de até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, vendidos integralmente. Assim, já rolou 6,6 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, fará rolagem integral.

Entre os dias 8 e 15 passados, o BC já havia feito leilões de novos swaps, equivalentes a 24,5 bilhões de dólares, para tentar acalmar os mercados diante de preocupações com a cena externa e política local, a poucos meses das eleições de outubro.

"Acho que ele deveria deixar o câmbio flutuar um pouco. Espero que anuncie apenas que vai atuar no mercado cambial quando necessário", acrescentou Foresti, para quem o efeito surpresa poderia ter mais efeito sobre o mercado.

A opinião é compartilhada por outros especialistas, que avaliam que o mercado esteve mais racional nesta semana e o BC apenas deveria reforçar que seguirá monitorando as condições, sem anunciar previamente o volume das intervenções que pretende fazer.

Durante a sessão, além do exterior, o mercado também monitorou o cenário político doméstico, diante da dificuldade de candidatos que considerem mais comprometidos com o ajuste fiscal de subirem nas pesquisas de intenção de voto.

Outra preocupação era o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode colocar em liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 26. Nessa situação, ele seria um forte cabo eleitoral, podendo favorecer a disputa de candidatos que menos agradam a investidores.

No mercado externo, o dólar operava em queda ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes.

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