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Dólar recua ante o real em sintonia com o exterior

O dólar fechou a terça-feira em baixa de 0,05%, cotado a R$ 2,0340 no balcão


	Nota de um dólar: do lado da alta, os ganhos da moeda americana ante o real também são limitados
 (Karen Bleier/AFP)

Nota de um dólar: do lado da alta, os ganhos da moeda americana ante o real também são limitados (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 16h30.

São Paulo - Após dois dias úteis de leves ganhos ante o real, o dólar fechou a terça-feira em baixa de 0,05%, cotado a R$ 2,0340 no balcão, em sintonia com o movimento verificado no exterior, onde a moeda americana também caía ante as divisas de países ligados a commodities. Mas o dólar segue oscilando em margens estreitas no Brasil, represado entre a ameaça de atuação do Banco Central, do lado da baixa, e a falta de motivos para movimentos mais consistentes, do lado da alta. A eleição presidencial nos Estados Unidos é o assunto internacional do dia, com os investidores demonstrando apetite maior por ativos de risco.

Na mínima da sessão - atingida no início da manhã e em outros momentos durante a tarde -, a moeda marcou R$ 2,0330 e, na máxima, R$ 2,0350. Pouco depois das 16h30, o giro financeiro somava US$ 1,964 bilhão. Na BM&F, a moeda à vista fechou em queda de 0,08%, a R$ 2,0333, com seis negócios. Às 16h39, o dólar para dezembro de 2012 estava cotado a R$ 2,0390, em baixa de 0,20%, na mínima.

"O mercado continua com sua tendência de baixa do dólar, mas a volatilidade é pequena", comentou o operador Ovídio Pinho Soares, da Interbolsa Brasil. Segundo ele, mesmo quando o dólar sobe ante o real, como ocorreu nas duas sessões anteriores, as variações são estreitas. "Hoje tem eleição nos Estados Unidos e o mercado está um pouco mais otimista neste momento. Mas se o (candidato à reeleição Barack) Obama não vencer, pode ser que o mercado estresse um pouco e o dólar suba", opinou.


O democrata Obama e seu rival republicano, Mitt Romney, estavam empatados tecnicamente, conforme as últimas pesquisas de intenção de voto. Para alguns analistas de Wall Street, no entanto, a vitória de Romney pode ser positiva para os mercados de ações norte-americanos e, em consequência, direcionar recursos para ativos de maior risco, pelo menos em um primeiro momento.

Neste cenário de indefinição eleitoral, o dólar segue represado no Brasil. O economista Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez Corretora, destaca que a liquidez está fraca e os investidores não têm ímpeto para tomar risco - ou seja, para forçar baixas maiores para o dólar. "Ninguém está querendo desafiar o governo", comentou. Vale lembrar que a autoridade monetária entrou no mercado do lado da compra em outubro sempre que a cotação de R$ 2,02 foi ameaçada, mantendo a moeda no balcão acima deste patamar.

Do lado da alta, os ganhos da moeda americana ante o real também são limitados, em meio à percepção de que a tendência do dólar é de queda. Assim, a moeda oscila em margens estreitas ante o real, em um comportamento que não é verificado no caso de divisas de outros países exportadores de commodities. "Quando olhamos o dólar australiano, ele está oscilando mais que o real", citou Barbutti. No final da tarde, o dólar americano caía 0,56% ante o australiano, recuava 0,32% ante o canadense e cedia 0,18% ante o neozelandês. No mesmo horário, o euro era cotado a US$ 1,2821, ante US$ 1,2795 do fim da tarde de segunda-feira (05).

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