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Dólar reage a ’saco de maldades’ para conter real

Enquanto moeda norte-americana sobe no Brasil, depreciação continua no exterior

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 13h59.

São Paulo - O dólar sobe em relação ao real reagindo ao anúncio do governo de novas medidas para o capital estrangeiro, depois de abrir o dia em baixa acompanhando o declínio da moeda americana nos mercados externos.

O dólar subia 0,45 por cento às 11h50, para R$ 1,6850. No exterior, o dólar volta a se depreciar hoje contra o euro, sendo cotado a US$ 1,4007, com avanço de 0,31 por cento, após subir 0,61 por cento na máxima do dia.

O dólar abriu fraco, acompanhando o mercado externo, mas ganhou impulso à medida que o mercado foi ficando incomodado com as novas medidas do governo, disse Eduardo Portella, sócio do Banco Modal SA. “O governo abriu o saco de maldades para o câmbio”.

Segundo Portella, o mercado começa a ficar incomodado, principalmente o investidor estrangeiro. “Há uma percepção de aumento do risco regulatório com a restrição às cartas de fiança”.

O Conselho Monetário Nacional proibiu ontem o aluguel, troca e empréstimo de ativos financeiros para estrangeiros. A medida, que entrou em vigor imediatamente, foi adotada para impedir que investidores de fora do País consigam driblar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras em transações no mercado de derivativos, disse Sérgio Odilon, chefe do departamento de Normas do Banco Central.

Odilon disse ontem em Brasília que a proibição se aplica a todas as instituições financeiras, que incluem bancos e corretoras. Segundo ele, a BM&FBovespa SA vedará o uso de carta de fiança por estrangeiros em operações no mercado de derivativos, como parte das medidas do CMN para fechar as brechas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, antes do anúncio do CMN, que o governo poderia tomar novas medidas sobre o câmbio para evitar maior valorização do real quando necessário. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, têm “orientação minha para ficar atentos 24 horas e ir tomando medidas na hora certa quando tiver que tomar medidas”, disse Lula.

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