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Dólar pode subir ainda mais por Fed e inflação americana, diz BofA

Banco projeta sucessivas altas de juros nos Estados Unidos até o início do ano, com taxa indo para o intervalo entre 4% e 4,25%

Dólar: moeda segue próximo da máxima em 20 anos no exterior (Adrienne Bresnahan/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 10h27.

Última atualização em 21 de setembro de 2022 às 14h47.

O dólar vem sendo negociada perto da máxima em 20 anos contra as principais divisas do mundo e não deve perder força tão cedo. Essa é a projeção de economistas do Bank of America, que esperam que o aperto monetário dos Estados Unidos e a inflação persistente no país mantenham a moeda americana em patamares elevados ou até mesmo impulsionem novas altas.

Segundo o banco americano, a decisão do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira, 21, deve ter efeito limitado sobre a moeda, especialmente se for confirmada a já esperada elevação de 0,75 ponto percentual. Mas a mensagem transmistida em comunicado da decisão deve ter efeito "crucial" sobre a cotação do dólar no mundo, já que sinais de um aperto mais duro tenderiam a aumentar a busca pela moeda americana.

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"Assumindo que o Fed continuará comprometido em combater a inflação, mas tentando evitar um 'pouso forçado', o dólar deve começar a enfraquecer apenas quando a inflação dos Estados Unidos estiver em uma clara trajetória de queda", afirmou o Bank of America em relatório. A expectativa do banco é que esse cenário comece a se concretizar em entre o fim deste ano e o início de 2023.

"Mas se a inflação for ainda mais alta e os bancos centrais não puderem evitar um pouso forçado para derrubá-la, o dólar pode atingir novas máximas e permanecer elevado por mais tempo", alertaram.

A projeção do BofA é de que o Fed suba juros ininterruptamente até a primeira reunião de 2023, encerrando o cilco no intervalo entre 4% e 4,25%. A estimativa é abaixo do consenso de mercado. A maior probabilidade precificada nas curvas de juros americanas é de que o ciclo encerre entre 4,25% e 4,50% ou em nivel acima.

Dólar vs Real

No Brasil, além da influência do Fed e da inflação americana, o BofA vê impacto especialmente significativo da política fiscal no preço do dólar. Entre os potenciais gatilhos para um rali do real, disse o banco americano, está uma possível retórica mais "amigável" ao mercado por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segue à frente nas pesquisas de intenção de voto.

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