Exame Logo

Dólar pode romper importante suporte técnico e testar níveis mais baixos

Para economista global, aumento das cotações de commodities e dos termos de troca do Brasil com o mundo não foi precificado no câmbio

Análise técnica aponta a direção para as cotações da moeda americana | Foto: GettyImages (Kanok Sulaiman/Getty Images)
R

Reuters

Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 06h15.

O dólar fechou no menor patamar em quase cinco meses nesta quarta-feira, dia 9, ameaçando perder um importante suporte técnico. Caiu 0,64%, para 5,2269 reais, o menor valor desde 13 de setembro de 2021.

Números do Banco Central mostraram que o Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de moeda estrangeira pelo câmbio contratado em cinco meses. E fevereiro já começou em ritmo forte, o que elevou os ingressos líquidos na virada do mês para 8,181 bilhões de dólares, com domínio da conta financeira -- por meio da qual passa o dinheiro que recentemente tem migrado para mercados emergentes no geral.

Veja também

Conquiste um dos maiores salários no Brasil e alavanque sua carreira com um dos MBAs Executivos da EXAME Academy.

Essa dinâmica reflete em parte investidores deixando ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos Estados Unidos, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas.

É um quesito em que o Brasil ainda se destaca, dado o consenso de investidores e estrategistas de que o real operava muito desvalorizado diante de seus fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata.

O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais ( IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, considera que o aumento maciço dos preços de commodities e dos termos de troca nunca foi precificado pelo real.

"O real se recuperou um pouco recentemente, mas a escala de desvalorização continua sendo a maior em todos os mercados emergentes. Nosso valor justo permanece em 4,50 reais por dólar", disse no Twitter.

No atual patamar de fechamento, o dólar está à beira de romper um importante suporte técnico um pouco acima de 5,22 reais, movimento que, se confirmado de forma vigorosa, pode levar a moeda a níveis ainda mais baixos.

A taxa perto de 5,22 reais corresponde a uma devolução de 61,8% na chamada escala de Fibonacci (de análise técnica), da alta entre a cotação mínima de junho e máxima de dezembro do ano passado, período em que a moeda teve sua última curva ascendente.

"Se a tendência persistir e levar o dólar abaixo de 5,22 reais, os próximos objetivos potenciais estariam em 5,11 reais, mínima de setembro passado, e a banda inferior do intervalo entre 4,95 reais e 4,89 reais", disseram em relatório Kenneth Broux e Tanmay G Purohit, da área de análise técnica do banco francês Société Générale.

(Com a Redação)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarInflaçãoJuros

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Invest

Mais na Exame