Dólar passa a subir com ajustes e ata do Copom
Às 13h59, o dólar avançava 0,25%, a 4,068 reais na venda
Reuters
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 09h18.
Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 14h11.
São Paulo —Depois de despencar mais de 1% na sessão anterior, marcada por amplo apetite por risco no mundo, o dólar sofria ajuste e passava a subir contra o real, com os investidores também atentos à ata do Copom divulgada nesta terça-feira.
Às 13h59, o dólar avançava 0,25%, a 4,068 reais na venda.
Segundo Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, o pior desempenho do real nesta sessão é apenas um ajuste após a valorização acentuada do dia anterior. "É natural que o movimento dê alguma acomodada", disse. "É normal ter uma queda expressiva, como a que vimos ontem, acompanhada por alguma correção."
Outras divisas que sofrem em momentos de maior incerteza também corrigiam para baixo nesta sessão, como dólar australiano , lira turca, dólar neozelandês e dólar canadense.
Na segunda-feira, o dólar fechou em baixa de 1,15%, a 4,0613 reais na venda, no menor patamar para um encerramento desde 5 de novembro, com o apetite por risco impulsionado pelo arrefecimento das tensões comerciais globais na semana passada e por dados melhores da China. Um índice de moedas emergentes bateu o maior patamar desde julho.
Depois de mais de um ano de conflitos, os Estados Unidos e a China amenizaram sua guerra comercial na sexta-feira, anunciando a "fase um" de um acordo que reduz algumas tarifas dos EUA em troca do aumento das compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.
No entanto, disse Machado, "agora carecemos de detalhes sobre a data e o local de assinatura e detalhes sobre o próprio acordo. O mercado gostaria de ter isso carimbado, e, enquanto isso não acontecer, o real pode perder um pouco de fôlego".
A possibilidade de novos cortes de juros no Brasil também amparava o ajuste de alta do dólar ante o real nesta sessão. Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária --ocorrida na semana passada, quando houve corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para nova mínima histórica de 4,50%.
"Avaliamos que o Copom efetuará um corte adicional na próxima reunião se o cenário base de dissipação do choque e de retomada gradual da economia se confirmarem no início do próximo ano", disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em nota a clientes.
Juros mais baixos reduzem a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos estrangeiros o que pode implicar menos fluxo cambial e, assim, menor oferta de dólares.