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Dólar oscila após divulgação do IPCA

No mercado futuro, o dado oficial de inflação do País, em alta de 0,55% no mês passado, limita desde a abertura o ajuste de queda do dólar ante o real


	Às 9h21, o dólar no balcão testou uma mínima, a R$ 2,005 (-0,05%), mas às 9h43, a moeda à vista voltava para R$ 2,007 (+0,05%) - máxima até o momento
 (Arif Ali/AFP)

Às 9h21, o dólar no balcão testou uma mínima, a R$ 2,005 (-0,05%), mas às 9h43, a moeda à vista voltava para R$ 2,007 (+0,05%) - máxima até o momento (Arif Ali/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 10h45.

São Paulo - O dólar no mercado à vista abriu com ligeira alta, a R$ 2,007 (+0,05%) no balcão, acompanhando a discreta elevação dos juros futuros após o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril acima das expectativas dos agentes do mercado.

Às 9h21, o dólar no balcão testou uma mínima, a R$ 2,005 (-0,05%), mas às 9h43, a moeda à vista voltava para R$ 2,007 (+0,05%) - máxima até o momento.

No mercado futuro, o dado oficial de inflação do País, em alta de 0,55% no mês passado, limita desde a abertura o ajuste de queda do dólar ante o real, devido à continuidade do otimismo no exterior, afirmou um operador de câmbio de um banco.

Às 9h43, o dólar para junho de 2013 recuava 0,07%, a R$ 2,0150, após abrir a R$ 2,0155 (-0,05%) - máxima até o momento. A mínima desse vencimento da moeda ficou em R$ 2,0125 (-0,20%).

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,55% em abril, ante 0,47% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio acima do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa entre 0,42% e 0,54%, com mediana de 0,48%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,50% e, em 12 meses, a variação é de 6,49%. Desta forma, o IPCA voltou ao intervalo perseguido pelo Banco Central, de 2,5% a 6,5%, sendo o centro da meta de 4,5%.

As expectativas dos agentes de câmbio agora são pelos números de fluxo cambial fechado de abril e também da semana passada, que serão divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira, 8.


Neste caso, o mercado conta com um aumento do fluxo positivo nos últimos dois dias úteis do mês passado, o que poderia elevar o resultado positivo final de abril para cerca de US$ 3 bilhões, segundo antecipou uma fonte do governo ao Broadcast na semana passada.

Se essa perspectiva se confirmar, o déficit de fluxo neste ano também seria revertido. Em abril, até o dia 26, a entrada de dólares no País superou a saída de recursos em US$ 1,702 bilhão. No acumulado de 2013 até 26 de abril, porém, o fluxo cambial ainda está negativo em US$ 398 milhões.

Até o começo da tarde, o dólar tende a oscilar entre margens estreitas, disse um outro operador de tesouraria de um banco, ressaltando que o mercado se mostra um pouco cansado de atuar na ponta compradora, depois da onda de aquisição de dólares nas últimas semanas em razão dos ingressos de recursos derivados de captações corporativas externas e de ofertas de ações na Bolsa.

Mais cedo, já foram divulgados outros dois dados de inflação interna, que mostraram taxas inferiores às registradas em março. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,06% em abril, após avançar 0,31% em março. Ainda assim, o IGP-DI acumula alta de 6,83% em 12 meses e 0,76% no ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro do intervalo das projeções do mercado.


Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,45% na primeira quadrissemana de maio, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou 0,07 ponto porcentual abaixo do registrado na última leitura de abril, quando o índice subiu 0,52%.

No exterior, o dólar recua ante o euro e o iene e oscila diante de moedas correlacionadas a commodities. O enfraquecimento da moeda norte-americana é puxada pelo superávit comercial da China em abril, após o déficit em março. O superávit comercial de US$ 18,2 bilhões foi mais elevado do que a previsão de US$ 15,6 bilhões, com o crescimento em importações e exportações também acima do esperado.

Na zona do euro, a moeda única do bloco ganhou impulso adicional, depois que a Alemanha anunciou um aumento da produção industrial do país em março acima das expectativas.

A produção industrial alemã subiu 1,2% em março na comparação com fevereiro, em base ajustada, segundo dados do Ministério da Economia. A estimativa dos economistas consultados pela Dow Jones era de queda de 0,2%.

O resultado é a segunda surpresa positiva sucessiva sobre a economia alemã, em seguida à publicação ontem de dados melhores do que o esperado sobre encomendas à indústria do país.

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