Dólar: moeda sobe 0,7% e encerra cotada a 5,761 reais (Gary Cameron/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 19 de maio de 2020 às 17h15.
Última atualização em 19 de maio de 2020 às 17h26.
O dólar acelerou os ganhos contra o real na última hora de pregão e fechou em alta, nesta terça-feira, 19, após o site de notícias médicas Stat contestar a eficácia da potencial vacina apresentada, na véspera, pela americana Moderna. Segundo especialistas de universidades americanas contatados pelo Stat, não há maneiras de saber o quão factível é a vacina da Moderna, pois a empresa não apresentou dados suficientes. O dólar comercial, que chegou a abrir em queda, subiu 0,7% e encerrou cotado a 5,761 reais. O dólar turismo avançou 0,3%, a 6,05 reais.
“Na duvida sobre a eficácia da vacina, o investidor corre para o dólar’, disse Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
No exterior, a moeda americana ganhou força frente a divisas de países emergentes após a notícia da Stat. No entanto, não foi suficiente para reverter a queda do dólar.
Por aqui, a maior parte do pregão foi ditada pela incerteza sobre o megaferiado da cidade de São Paulo. Por volta das 12h, o dólar chegou a virar para alta, com dúvidas sobre se as instituições financeiras abririam nos próximos dias, fazendo o Banco Central atuar no mercado de câmbio com leilão de swap de 500 milhões de dóalres.
"O dólar não para [com o feriado municipal], mas São Paulo é o pulmão do país. A maior parte da movimentação vem de lá”, explicou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos. Segundo ele, as incertezas sobre o megaferiado levaram à antecipação de algumas operações que seriam feitas no decorrer da semana.
De acordo com Ruik, em meio à indefinição sobre o funcionamento do mercado brasileiro, alguns importadores também aproveitaram o momento de baixa da moeda para comprar dólares. “Tanto que depois que tocou 5,68 reais, ele passou a subir e só foi parar com intervenção do Banco Central.
O cenário política não teve grandes impactos nas negociações, mas as atenções ainda estão voltadas para a possibilidade de o vídeo da reunião ministerial se tornar público ainda hoje. “Se o vídeo deixar claro que o presidente Jair Bolsonaro quis trocar o comando da Polícia Federal para defender os filhos, vai estressar o real”, disse Ruik.