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Dólar firma alta após dados mais fortes do mercado de trabalho dos EUA

Os dados reduzem um pouco as preocupações de uma recessão

Dólar: a moeda avançava 0,51 por cento, a 3,7729 reais na venda (Gary Cameron/File Photo/Reuters)

Dólar: a moeda avançava 0,51 por cento, a 3,7729 reais na venda (Gary Cameron/File Photo/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 13h13.

Última atualização em 4 de janeiro de 2019 às 13h29.

SÃO PAULO  - O dólar se firmou em alta ante o real nesta sexta-feira após a divulgação de dados mais fortes do mercado de trabalho norte-americano, enquanto uma certa cautela com a cena política local após declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a Previdência mantinha-se como pano de fundo.

Às 12:26, o dólar avançava 0,51 por cento, a 3,7729 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,46 por cento, a 3,7539 reais.

Na máxima, logo após os dados dos EUA, o dólar foi a 3,7769 reais e, na mínima, logo na abertura, marcou 3,7419 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,29 por cento.

"Os dados reduzem um pouco as preocupações de uma recessão", resumiu o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.

Foram criadas 312 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado nos EUA, o maior ganho desde fevereiro. Os dados de outubro e novembro foram revisados para mostrar um acréscimo de 58 mil empregos ante o que tinha sido anteriormente relatado.

A taxa de desemprego também subiu para 3,9 por cento, de uma mínima de quase 49 anos em novembro, de 3,7 por cento, com o mercado de trabalho mais forte atraindo alguns norte-americanos desempregados.

Após os dados, o dólar passou a subir ante a cesta de moedas, embora continuasse em queda ante as divisas de países emergentes, como a lira turca, que ainda ecoavam as notícias de negociações comerciais entre China e EUA em 7 e 8 de janeiro, em uma tentativa de ambos os países de encerrar uma disputa comercial que está impactando negativamente as duas economias e os mercados financeiros globais.

"Depois de um telefonema entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, que ambos os lados descreveram como positivo, esta reunião da próxima semana é vista com bons olhos e, segundo alguns especialistas, a probabilidade de chegar a um acordo dentro de 90 dias está aumentando", destacou em nota a corretora XP Investimentos.

Os dois presidentes se falaram pelo telefone recentemente e Trump classificou o diálogo como muito bom, conforme escreveu em sua conta no Twitter.

Além disso, a China cortou o compulsório dos bancos para ajudar a amparar a economia, que sente os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos.

No mercado local, o dólar já operava mais descolado do exterior desde cedo, por causa da entrevista dada na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro, na qual sinalizou uma proposta de reforma previdenciária mais leve, com idade mínima de aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres.

"Em geral, a proposta do presidente é uma reforma mais branda do que a prevista no texto já em tramitação no Congresso Nacional", destacou a XP, lembrando que a proposta de Michel Temer em tramitação no Congresso prevê 62 anos para mulheres e 65 para homens.

A corretora também chamou a atenção para a defesa de Bolsonaro contra o aumento da contribuição previdenciária de servidores públicos de 11 para 14 por cento. "O mercado pode ver com desconfiança a redução da economia prevista, com possível realização de ganhos tendo em vista a performance superior de ativos brasileiros na semana", emendou.

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 2,01 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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