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Após recuo em setembro e outubro, dólar sobe quase 4% em novembro

Moeda norte-americana recuou 0,04%, a R$ 3,8558 na venda; no mês, subiu 3,58%

Dólar: moeda teve a quinta semana consecutiva de valorização (Sertac Kayar/Reuters)

Dólar: moeda teve a quinta semana consecutiva de valorização (Sertac Kayar/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2018 às 17h19.

Última atualização em 30 de novembro de 2018 às 17h44.

São Paulo - O dólar terminou a sexta-feira, 30, com leve baixa ante o real, com investidores evitando tomar qualquer posição enquanto aguardavam o desfecho do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, no final de semana, com expectativa de que um acordo entre eles alivie as preocupações com o crescimento global.

Essa preocupação com o mercado externo vista nesta sessão também predominou em novembro, quando o dólar fechou em alta ante o real, após dois meses consecutivos de retração.

O dólar recuou 0,04 por cento, a 3,8558 reais na venda. No mês, subiu 3,58 por cento e, na semana passada, avançou 0,88 por cento ante o real. Foi a quinta semana consecutiva de valorização. O dólar futuro tinha alta de 0,34 por cento.

"A cessão onerosa pode fazer o dólar cair, se for votada semana que vem...Se passar, mercado vai entender que foi conquista da articulação do novo governo, então pode ter um mini rali", avaliou o presidente da BeeTech, Fernando Pavani. Ele lembrou que a sinalização dovish do Federal Reserve nos últimos dias, indicando que pode não subir tanto os juros nos Estados Unidos, pode ajudar nesse mini rali, já que, com menos taxas na maior economia do globo, os investidores tendem a procurar outras praças mais atrativas, como a brasileira.

"A aprovação da cessão onerosa pode trazer o dólar a 3,75-3,80 reais", acrescentou o especialista em câmbio da Frente Corretora, Robert Awerianow, ponderando que a questão comercial EUA-China pode manter a cautela nos negócios.

Nesta sexta-feira, o encontro dos presidentes das duas maiores economias globais, no final de semana, manteve investidores cautelosos. Assim, o dólar acabou subindo ante as outras divisas, fortes e emergentes, como o peso mexicano.

"As incertezas sobre a questão comercial entre os dois países pairam como uma 'nuvem negra'", escreveu o analista-chefe de mercados da corretora do Reino Unido CMC, Michael Hewson. "Um resultado positivo seria uma promessa [de Trump] de atrasar um novo aumento de tarifas em janeiro, com vistas a novas discussões. Novas escaladas de taxações não seriam bem-vindas, dada a desaceleração já observada na maioria dos indicadores econômicos globais."

Nesta tarde, Trump disse que há alguns bons sinais nas negociações com a China. "Estamos trabalhando muito duro. Se conseguirmos um acordo será bom. Eu acho que eles querem. Eu acho que nós gostaríamos. Veremos", disse.

Ptax e cesta de moedas

Internamente, a formação da taxa Ptax de final de mês, usada na liquidação de diversos derivativos cambiais, influenciou na primeira metade do pregão, deixando as cotações mais voláteis e sem tendência.

No exterior, o dólar operava com pequena em alta ante a cesta de moedas e também ante as divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Os investidores também aguardavam novidades sobre a votação do projeto de lei da cessão onerosa, ainda sem acordo.

O Banco Central anunciou na véspera que iniciará na próxima segunda-feira a rolagem do vencimento de janeiro em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, com oferta de 13.830 contratos. Segundo nota da autoridade monetária, o calendário de leilões será mais enxuto, com a conclusão da rolagem até o dia 21 do mês que vem. Vencem em janeiro 10,4 bilhões de dólares em contratos de swap cambial. O estoque total do BC totaliza 68,9 bilhões de dólares.

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