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Dólar fecha no maior patamar desde dezembro de 2004

O dólar à vista passou o dia com alta bem mais significativa que o dólar futuro, numa correção ao movimento do final da tarde de sexta-feira


	Dólar: no fechamento dos negócios, a moeda à vista terminou em R$ 2,7800
 (Arquivo/Agência Brasil)

Dólar: no fechamento dos negócios, a moeda à vista terminou em R$ 2,7800 (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 16h16.

São Paulo - O dólar à vista cravou seu sétimo avanço em dez sessões nesta segunda-feira, 09, em meio a preocupações com a economia brasileira.

Segundo operadores, de maneira geral, o volume foi fraco, com muitos players segurando a moeda à espera da evolução do noticiário, enquanto no exterior o desempenho do dólar foi misto ante as demais divisas.

Se, por um lado, o dólar acumulou boa gordura nas sessões recentes, o que poderia chamar uma realização, de outro, a piora dos indicadores domésticos, em meio a imbróglios como o da Petrobras, o risco de racionamento e a inflação alta deixaram os investidores desconfortáveis em ficarem vendidos na moeda norte-americana.

O dólar à vista passou o dia com alta bem mais significativa que o dólar futuro, numa correção ao movimento do final da tarde de sexta-feira.

Naquele dia, o dólar futuro acelerou a alta na reta final, quando os negócios de balcão já haviam sido encerrados.

Hoje, no fechamento dos negócios, a moeda à vista terminou em R$ 2,7800 (+0,29%), maior patamar de fechamento desde 9/12/2004, quando ficou em R$ 2,7810.

Perto das 16h30, o volume no mercado à vista era de apenas US$ 418 milhões, sendo US$ 415 milhões em D+2.

No mercado futuro, às 16h37, o dólar para março era negociado em baixa de 0,13%, a R$ 2,795.

Nesse contexto, os dados parciais da balança comercial de fevereiro, um déficit de US$ 25 milhões, não chegaram a fazer preço diretamente, mas contribuíram para o clima de cautela no mercado.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial brasileira voltou a registrar saldo negativo pela quinta semana consecutiva, de US$ 25 milhões na semana passada, resultado de exportações de US$ 3,678 bilhões e importações de US$ 3,703 bilhões.

No acumulado do ano, o déficit acumulado é de US$ 3,199 bilhões.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 2 mil contratos de swap cambial ofertados na operação diária, com volume financeiro de US$ 97,9 milhões.

E vendeu 13 mil contratos de swap ofertados na operação de rolagem de títulos que vencem em 2 de março de 2015, com valor de US$ 630,7 milhões.

No exterior, o desempenho da moeda foi misto, com o mercado monitorando o noticiário sobre a Grécia, após o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ter dito ontem que vai procurar reverter medidas de austeridade impostas a Atenas como parte de seu programa de ajuda, e os dados da China.

As exportações do gigante asiático sofreram queda anual de 3,3% no mês passado, contrariando a expectativa de uma alta de 4,0%, e as importações despencaram 19,9%, bem mais do que o declínio previsto de 3,3%.

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