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Dólar fecha estável após mais longa série de altas desde janeiro

Moeda recuou no início do dia e passou a subir no início da tarde, chegando a tocar R$ 3,98

dolar (Manit Plangklang / EyeEm/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 09h21.

Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 18h12.

São Paulo — O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta terça-feira, ainda que numericamente tenha finalmente encerrado uma série de seis altas consecutivas, num dia em que os mercados internacionais tentaram recuperar parcialmente as fortes perdas da véspera.

O dólar negociado no mercado spot teve variação negativa de 0,03%, a 3,956 reais na venda.

Durante o pregão, a cotação se aproximou de 3,99 reais, alcançando 3,9871 reais --máxima intradia desde 31 de maio.

O dólar havia subido em todas as sessões entre 29 de julho e 5 de agosto. As seis altas marcaram a mais longa sequência de ganhos desde os também seis pregões de valorização entre 15 e 22 de janeiro de 2019.

Desta vez, contudo, a apreciação acumulada foi mais forte, de 4,87%. Na série de janeiro, a alta total fora de 2,88%.

Enquanto o dólar à vista ficou quase estável nesta sessão, o dólar futuro caía 0,39%, a 3,9680 reais.

O aparente descasamento ocorreu por causa dos diferentes horários de encerramento dos negócios em ambos os mercados. As operações no mercado spot terminam às 17h (de Brasília), enquanto no mercado futuro da B3 vão até 18h.

Às 17h da véspera, com o mercado à vista encerrando as negociações, o dólar futuro tomou fôlego e saltou de 3,9645 reais para 3,9870 reais, fechando na máxima do dia. Com fechamento mais alto na véspera, o alívio desta sessão se traduziu em queda da cotação.

Os mercados de forma geral experimentaram algum alívio nesta sessão depois que a China atuou para conter nova depreciação do iuan, que no mercado "offshore" chegou a bater uma mínima recorde, tomando distância da marca psicológica de 7 por dólar, rompida na véspera pela primeira vez em 11 anos.

Trégua na volatilidade

A trégua desta terça permitiu alguma descompressão de risco, o que foi expresso também pela queda nas volatilidades implícitas do câmbio.

A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses caiu a 12,542% ao ano, de 12,717% da segunda-feira. A volatilidade implícita é calculada com base em contratos de opções de taxa de câmbio e mede a expectativa de variação para uma moeda durante determinado período.

Na segunda-feira, essa medida bateu o maior nível desde 10 de julho (12,892%), em alta de 90,9 pontos-base ante o fechamento anterior --maior elevação desde 26 de novembro de 2018 (96,2 pontos-base). Em 22 de julho, a volatilidade implícita caiu a 10,783%, mínima desde 16 de julho de 2014 (10,5%).

A queda da volatilidade no fim de julho coincidiu com a desvalorização do dólar à casa de 3,72 reais, nos menores níveis desde meados de fevereiro.

Nesta terça-feira, o BTG Pactual atualizou seus modelos de câmbio e traçou três cenários para o real.

No básico, prevê taxa de 3,80 reais por dólar ao fim do ano. No cenário alternativo benigno, o dólar terminaria dezembro em 3,55 reais. Já no cenário adverso, a moeda bateria os 4,15 reais.

Pela mais recente pesquisa Focus do Banco Central --divulgada na segunda-feira e baseada em coletas da semana passada, ou seja, antes do "sell-off" que varreu os mercados na véspera--, o mercado estima que o dólar terminará 2019 valendo 3,75 reais.

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