Mercados

Dólar fecha abaixo de R$ 3,60, menor patamar desde agosto

Moeda teve queda de mais de 1% e fechou a terceira semana seguida de forte recuo


	Dólar: na última sessão antes das manifestações a favor do impeachment, otimismo dos investidores sobre troca de governo prevaleceu.
 (thinkstock)

Dólar: na última sessão antes das manifestações a favor do impeachment, otimismo dos investidores sobre troca de governo prevaleceu. (thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2016 às 17h30.

São Paulo - O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento nesta sexta-feira, voltou abaixo dos 3,60 reais e marcou a terceira semana consecutiva de recuo forte, com investidores aumentando ainda mais as apostas em uma troca de governo, antes das manifestações a favor do impeachment no fim de semana.

O dólar recuou 1,38 por cento, a 3,5910 reais na venda, menor nível de fechamento desde 28 de agosto de 2015 (3,5853 reais). Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 4,51 por cento.

A divisa dos Estados Unidos fechou em alta em apenas um dia neste mês e, em todos os outros, recuou mais de 1 por cento. No período, acumula queda de 10,30 por cento.

"O mercado comprou com força a ideia de que o governo Dilma não dura muito mais", resumiu o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T.

O Ministério Público de São Paulo pediu na véspera a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso envolvendo um tríplex no Guarujá, no qual é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A decisão levou a consultoria de risco político Eurasia Group a aumentar a probabilidade que atribui ao cenário de a presidente Dilma Rousseff não concluir seu mandato para 65 por cento, ante 55 por cento previamente.

Muitos operadores veem positivamente a aproximação das investigações de corrupção do governo, mas alguns ponderam que as incertezas políticas podem dificultar a recuperação econômica.

Operadores ressaltam que o fim de semana deve ser marcado por dois eventos importantes no campo político: as manifestações de domingo e a convenção nacional do PMDB, que pode discutir o rompimento com o governo.

O recuo da moeda norte-americana chegou a alimentar expectativas de que o BC reduziria a oferta de proteção cambial, especialmente após vender apenas parcialmente os swaps cambiais em leilão de rolagem na sexta-feira da semana passada.

No entanto, a autoridade monetária vem mantendo desde então a oferta de até 9,6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares, e vendendo lotes integrais.

Uma importante fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o BC não considera reduzir os estoques de swaps cambiais neste momento de turbulência nos mercados.

Ao todo, a autoridade monetária já rolou 4,131 bilhões de dólares, ou cerca de 41 por cento do lote total para abril, que equivale a 10,092 bilhões de dólares.

A queda do dólar se intensificou na reta final do pregão após a moeda norte-americana se firmar abaixo de 3,60 reais, o que desencadeou muitas operações de vendas automáticas para limitar perdas ("stop-loss"), segundo operadores.

Pela manhã, no entanto a moeda norte-americana mostrou volatilidade e chegou a subir, atingindo 3,6693 reais na máxima do dia, em um pequeno ajuste.

"O mercado caiu com muita força ontem por conta do efeito Lula e hoje algumas pessoas estão se ajustando um pouco", disse mais cedo o operador José Carlos Amado, da corretora Spinelli.

"Vamos ver como os eventos do fim de semana vão repercutir".

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMercado financeiroMoedasPolítica no Brasil

Mais de Mercados

Boeing inicia demissões para reduzir 10% dos funcionários

Essa small cap “não vale nada” e pode triplicar de preço na bolsa, diz Christian Keleti

Morgan Stanley rebaixa ações do Brasil e alerta sobre ‘sufoco’ no fiscal

Petrobras: investimentos totais serão de US$ 111 bi até 2029 e dividendos vão começar em US$ 45 bi