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Dólar encerra em alta e encosta em R$3,25 com compras pontuais

Os dados do mercado de trabalho dos EUA são acompanhados de perto pelos investidores, à procura de pistas para as apostas de alta de juros no país

Dólar: "Há forte resistência (do dólar) ao redor de 3,20 reais. Com os preços baixos das commodities e a indefinição política" (foto/Thinkstock)

Dólar: "Há forte resistência (do dólar) ao redor de 3,20 reais. Com os preços baixos das commodities e a indefinição política" (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 1 de junho de 2017 às 17h29.

São Paulo - Depois de trabalhar boa parte da sessão em queda e encostar em 3,20 reais, o dólar atraiu compradores e passou a subir para perto de 3,25 reais, com os investidores também monitorando o noticiário político.

O dólar avançou 0,32 por cento, a 3,2467 reais na venda, após bater 3,2152 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,60 por cento.

"Há forte resistência (do dólar) ao redor de 3,20 reais. Com os preços baixos das commodities e a indefinição política, o dólar perto desse patamar é barato", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior. "Temos recomendado compra nesse patamar".

Quando o dólar atingiu a mínima da sessão, começaram a entrar compras e isso fez com que o recuo da moeda fosse perdendo força gradualmente, até virar para o positivo.

"O dólar ficou barato e tudo o que fica barato aparece comprador", justificou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao acrescentar que houve ainda um pouco de recomposição de posições para aguardar o relatório do mercado de trabalho norte-americano que será divulgado na sexta-feira.

Os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos são acompanhados de perto pelos investidores, à procura de pistas que possam reforçar as apostas de alta de juros no país.

Nesta quinta-feira, os números do setor privado superaram as previsões e reforçaram as expectativas para os dados consolidados, no dia seguinte.

O julgamento da chapa Dilma-Temer no próximo dia 6 também foi citado como justificativa para a elevação da moeda, com alguns players já se preparando para a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Temer também está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crime, entre outros, de corrupção passiva, o que levou a pedidos de impeachment contra ele no Congresso Nacional.

O mercado financeiro acredita que, mesmo que o presidente perca seu mandato, as reformas da Previdência e trabalhista serão aprovadas pelos parlamentares.

Mais cedo, o dólar trabalhou em queda num movimento atribuído a um ambiente mais calmo, com notícias um pouco mais positivas, como o fato de o Brasil ter crescido 1 por cento no trimestre passado e saído da recessão.

Além disso, o Banco Central sinalizou na véspera, ao reduzir a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25 por cento ao ano, que vai desacelerar o passo e cortar menos a taxa básica de juros daqui para frente.

"A sinalização do BC de que vai cortar menos os juros teve alguma influência, se não para entrar dólares, mas pelo menos para não sair", afirmou Faria Júnior.

Ao reduzir menos a taxa básica de juros, o Brasil mantém seu potencial para atrair investidores estrangeiros atrás de melhores ganhos financeiros.

Além disso, alguns investidores estavam se desfazendo de posições compradas (que apostam na alta da moeda), montadas depois que eclodiu a crise política.

O BC não anunciou qualquer intervenção para o mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em julho, vencem 6,939 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

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