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Dólar fecha acima de R$ 5,19 e bate novo recorde à espera de Copom

Possível corte de juros e temores sobre efeitos econômicos do coronavírus pressionam real

Dólar: na véspera, o dólar à vista caiu 0,88%, a 5,0024 reais na venda (Don Farrall/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2020 às 09h19.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 17h22.

São Paulo - O dólar comercial, usado em movimentações financeiras, disparou 3,9% nesta quarta-feira (18) e encerrou cotado a 5,199 reais, batendo novo recorde de fechamento. O dólar turismo, usado por viajantes, teve apreciação de 5,95%, a 5,52 reais. A alta ocorre pouco antes da decisão do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) sobre a taxa de juros Selic, às 18h.

A expectativa do mercado é a de que o Copom opte por cortar os juros para se alinhar às políticas monetárias que vem sendo tomadas mundo afora para conter os impactos do coronavírus na economia. Mas há divergências sobre de quanto será o corte, que, dependendo da intensidade, deve vir com impactos no câmbio.

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Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset, acredita que a alta de hoje já tenha incorporado um possível corte de 0,5 ponto percentual.

No radar dos investidores, também está os temores sobre os efeitos econômicos do coronavírus no Brasil e no mundo. Pela manhã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou que, “no pior cenário” a taxa de desemprego americana poderia chegar a 20%.

Ainda nos primeiros negócios do dia, o Banco Central fez oferta de leilão de linha de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra ainda nos primeiros negócios do dia.  Porém, a alta só foi se atenuar quando a autarquia anunciou leilão à vista de 1 bilhão de dólares, fazendo a moeda ser negociada nas mínimas do dia, a dos 5,073 reais.

No ano, o real é uma das moedas que mais acumulam desvalorização frente ao dólar, superando o peso mexicano e o argentino. Desde o início de janeiro, o dólar subiu mais de 25% em relação ao real. Segundo Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, a moeda brasileira sofre mais por ter maior liquidez entre as divisas emergentes.

“O dólar virou ativo de proteção”, afirmou Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos. Segundo ele, o real deve continuar pressionado por, pelo menos, mais um mês. “Depende de como o Brasil vai se comportar em relação ao coronavírus.”

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