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Dólar descola do exterior e cai 1,5% com intervenção do BC

Para operadores, a autoridade monetária está indicando que não quer o dólar acima de 2,05 reais e, por isso, mantém os investidores em alerta constante

 Às 11h57 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 1,47 por cento, para 2,0220 reais (David Siqueira/Stock.xchng)

Às 11h57 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 1,47 por cento, para 2,0220 reais (David Siqueira/Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 12h44.

São Paulo - O dólar recuava mais de 1 por cento em relação ao real nesta terça-feira, após o Banco Central anunciar leilão de swap cambial tradicional pouco depois da abertura dos negócios, quando a divisa estava cotada a 2,05 reais, perto da estabilidade.

Para operadores, a autoridade monetária está indicando que não quer o dólar acima desse patamar e, por isso, mantém os investidores em alerta constante. O BC já havia sinalizado esse patamar dias antes, quando fez leilões de swap tradicionais com a moeda norte-americana próximo a este patamar. Às 11h57 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 1,47 por cento, para 2,0220 reais.

A divisa atingiu 2,0641 reais na máxima do dia e 2,0180 reais na mínima. "O dólar deveria ter aberto com muito mais alta (ante o real) hoje, mas isso não ocorreu por causa da certeza (dos investidores) de que o BC iria entrar", afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares. Segundo ele, o próprio mercado se colocou um freio no início da sessão e não puxou uma alta maior do dólar porque esperava uma intervenção da autoridade monetária com a divisa a 2,05 reais.

Ele acredita, no entanto, que o BC não quer o dólar acima de 2,10 reais, e que atuou nesta sessão antecipando possíveis valorizações adicionais da moeda. Para um operador de câmbio de um banco nacional que pediu para não ser identificado, o BC entrou logo no início do pregão "para marcar território."

Na operação desta terça-feira, o BC vendeu 20.300 contratos, ou 50,75 por cento, da oferta de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. Nos leilões anteriores, a autoridade monetária tinha vendido cerca de um terço dos papéis ofertados.

Para a estrategista de câmbio para a América Latina do RBS Securities, Flavia Cattan-Naslausky, a intervenção desta terça-feira também reforça a ideia de um teto a 2,05 reais para o dólar. "A última vez que eles (BC) entraram foi em 25 de maio com 40 mil contratos quando o real estava a 2,03 reais", disse. O BC não atuava no mercado de câmbio há seis sessões consecutivas, com o dólar fechando próximo de 2 reais em quatro dessas sessões.

Na semana anterior, quando a divisa chegou a alcançar 2,10 reais no intradia, a autoridade monetária interveio de forma expressiva por meio de leilões de swap tradicional. Nos mercados internacionais, a moeda norte-americana caminhava para o outro lado e ganhava terreno frente a outras moedas. Em relação a uma cesta de divisas, o dólar avançava 0,27 por cento, enquanto o euro recuava 0,34 ante a divisa dos Estados Unidos. 

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