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Dólar desaba 2,63% e volta abaixo dos R$ 3,60

O dólar fechou com a maior queda em seis meses e voltou abaixo dos 3,60 reais hoje

Dólares: dólar recuou 2,63 por cento, a 3,5965 reais na venda (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2016 às 17h23.

São Paulo - O dólar fechou com a maior queda em seis meses e voltou abaixo dos 3,60 reais nesta sexta-feira, reagindo a renovadas apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff e à recuperação dos mercados externos após um dia de forte aversão a risco.

O dólar recuou 2,63 por cento, a 3,5965 reais na venda, maior tombo desde que o Banco Central e o Tesouro Nacional atuaram conjuntamente para derrubar o câmbio em 24 de setembro (-3,73 por cento). Mesmo assim, a moeda norte-americana terminou a semana com alta de 0,95 por cento. O dólar futuro recuava cerca de 2,5 por cento.

"O saldo das notícias sugere que a chance do impeachment cresceu", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.

Operadores citaram levantamentos apontando que um número maior de deputados estaria disposto a votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, perspectiva que tem sido associada à queda do dólar. Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia favorecer a entrada de capitais no país.

Além disso, repercutiu bem no mercado a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se manifestar no Supremo Tribunal Federal (STF) contrário à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

"A reação dos mercados até ontem dava a entender que o cenário havia mudado radicalmente, mas isso não é verdade. O mercado corrigiu isso hoje, porque o cenário base ainda é o de impeachemnt", disse o operador de uma corretora internacional.

A consultoria de risco político Eurasia Group estima chance de 60 por cento de Dilma sofrer impeachment neste mês.

Nos mercados externos, o dólar também se enfraquecia contra as principais moedas emergentes conforme o pessimismo da sessão anterior perdia fôlego. O gatilho foi a recuperação dos preços do petróleo, que saltaram mais de 6 por cento diante de esperanças de congelamento na produção global.

"Os mercados vão terminar a semana com um tom mais positivo", escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.

Mesmo o leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, do BC não foi suficiente para tirar o dólar do território negativo. A autoridade monetária vendeu apenas 3 mil dos 11,5 mil contratos ofertados.

No fim da manhã, o BC também deu prosseguimento à rolagem dos swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, a vencer no mês que vem.

Com a venda integral da oferta de 5,5 mil contratos, a autoridade monetária repôs ao todo o equivalente a 1,609 bilhão de dólares, ou cerca de 15 por cento do lote de maio, que equivale a 10,385 bilhões de dólares.

Texto atualizado às 17h23

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São Paulo - O dólar fechou com a maior queda em seis meses e voltou abaixo dos 3,60 reais nesta sexta-feira, reagindo a renovadas apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff e à recuperação dos mercados externos após um dia de forte aversão a risco.

O dólar recuou 2,63 por cento, a 3,5965 reais na venda, maior tombo desde que o Banco Central e o Tesouro Nacional atuaram conjuntamente para derrubar o câmbio em 24 de setembro (-3,73 por cento). Mesmo assim, a moeda norte-americana terminou a semana com alta de 0,95 por cento. O dólar futuro recuava cerca de 2,5 por cento.

"O saldo das notícias sugere que a chance do impeachment cresceu", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.

Operadores citaram levantamentos apontando que um número maior de deputados estaria disposto a votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, perspectiva que tem sido associada à queda do dólar. Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia favorecer a entrada de capitais no país.

Além disso, repercutiu bem no mercado a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se manifestar no Supremo Tribunal Federal (STF) contrário à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

"A reação dos mercados até ontem dava a entender que o cenário havia mudado radicalmente, mas isso não é verdade. O mercado corrigiu isso hoje, porque o cenário base ainda é o de impeachemnt", disse o operador de uma corretora internacional.

A consultoria de risco político Eurasia Group estima chance de 60 por cento de Dilma sofrer impeachment neste mês.

Nos mercados externos, o dólar também se enfraquecia contra as principais moedas emergentes conforme o pessimismo da sessão anterior perdia fôlego. O gatilho foi a recuperação dos preços do petróleo, que saltaram mais de 6 por cento diante de esperanças de congelamento na produção global.

"Os mercados vão terminar a semana com um tom mais positivo", escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.

Mesmo o leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, do BC não foi suficiente para tirar o dólar do território negativo. A autoridade monetária vendeu apenas 3 mil dos 11,5 mil contratos ofertados.

No fim da manhã, o BC também deu prosseguimento à rolagem dos swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, a vencer no mês que vem.

Com a venda integral da oferta de 5,5 mil contratos, a autoridade monetária repôs ao todo o equivalente a 1,609 bilhão de dólares, ou cerca de 15 por cento do lote de maio, que equivale a 10,385 bilhões de dólares.

Texto atualizado às 17h23

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