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Dólar fecha em queda com reabertura econômica nos EUA

Maioria dos estados americanos já está em processo de volta às atividades e conselheiros da Casa Branca se surpreendem com velocidade da retomada

Dolar (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

Dolar (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de maio de 2020 às 17h15.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 18h35.

O dólar fechou em queda, nesta quarta-feira, 20, em linha com o movimento de depreciação da moeda americana no mundo. A queda do dólar é reflexo do otimismo dos investidores com as principais economias do mundo deixando para trás os períodos mais críticos do isolamento social. Neste pregão, o dólar caiu 1,2% e fechou cotado a 5,690 reais, enquanto o dólar turismo recuou 1,2%, cotado a 5,92 reais.

Nos Estados Unidos, país mais afetado pelo coronavírus em número de infectados e mortos, a maioria dos estados está com processos de reabertura a pleno vapor e somente quatro estados mantêm o isolamento social de forma mais rígida, de acordo com o NYT. Conselheiros econômicos da Casa Branca veem com otimismo a velocidade como está se dando as reaberturas dos negócios nos Estados Unidos.

“Fiquei realmente impressionado com a rapidez com que as coisas estão mudando”, disse Kevin Hassett, um dos conselheiros da Casa Branca.

“O mundo começa a ver o fim do túnel. Com a abertura comercial, as coisas voltando ao normal, o dólar tende a entrar em queda”, disse Túlio Portella, diretor comercial da B&T Corretora.

Segundo Portella, a queda do dólar poderia ser ainda mais significativa se não fosse pelas incertezas que surgiram em relação à eficácia da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Moderna. Após o anúncio de que os testes foram bem-sucedidos em seres humanos, na segunda-feira, o dólar fechou em queda de 2%. Mas, ontem, a moeda americana encerrou em alta, depois de especialistas contestarem os dados da empresa, em reportagem do site americano de notícias médicas Stat.

Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, avalia que o mercado de câmbio está operando muito mais em cima de notícias do que de fundamentos. "Se começa a melhorar, o investidor começa a recompor posições de risco e o fluxo financeiro vem para os países emergentes", disse.

No exterior, a moeda americana perdeu força contra as principais divisas emergentes, chegando a cair mais de 2% ante o peso mexicano. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cestas de moedas fortes, como o euro e a libra esterlina, também recuou.

Apesar de ver com otimismo a reabertura dos Estados Unidos, Bergallo ainda vê "muita volatilidade" no mercado de câmbio e descarta que já tenhamos entrado em tendência de valorização do real. "O movimento intradia está muito intenso. Por si só isso já explica que não há uma direção certa", afirmou.

No cenário interno, os investidores ainda estão preocupados com a possibilidade de o vídeo da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro vir a público e comprovar que ele agiu para proteger seus filhos, o que pode causar fuga de capital do país. “O otimismo mundial com a retomada da economia e pela busca da cura [do covid-19] está se sobrepondo aos possíveis erros cometidos na política”, comentou Portella.

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