Mercados

Dólar cai mais de 2% com otimismo sobre reaberturas e fecha a R$ 5,07

Pelo segundo dia consecutivo, real foi a moeda que mais se valorizou entre pares emergentes

Dólar: moeda americana caminha para desvalorização superior a 4% na semana (Paul Yeung/Bloomberg/Getty Images)

Dólar: moeda americana caminha para desvalorização superior a 4% na semana (Paul Yeung/Bloomberg/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de junho de 2020 às 17h10.

Última atualização em 3 de junho de 2020 às 17h25.

O dólar voltou a fechar em forte queda frente ao real, nesta quarta-feira, 3, com a manutenção do otimismo global sobre as reaberturas e após dados econômicos endossarem o bom humor do mercado. Com isso, o dólar comercial se desvalorizou 2,7% e encerrou sendo vendido a 5,069 reais. O dólar turismo, que também caiu 2,7%, e fechou cotado a 5,36 reais.

Assim como na sessão anterior, o real voltou a ser a moeda que mais ganhou força, entre as principais divisas emergentes. Internamente, a menor instabilidade política, após gestos de aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF), teve repercussão positiva no mercado.

Para Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da corretora de câmbio NGO, a intensa depreciação do dólar tem sido um dos fatores principais para que o real tenha tido dias melhores que seus pares emergentes. De acordo com que escreveu em relatório, o arrefecimento da tensão política tem feito a moeda brasileira “corrigir as distorções” em relação a outras divisas.

Também teve impacto positivo sobre o câmbio a emissão de títulos do Tesouro Nacional no exterior. “Se ele vai colocar dólar lá fora é sinal que tem demanda [pelos títulos brasileiros]. Isso é visto com bons olhos. É sinal que tem gente apostando na economia brasileira lá fora”, disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

EXAME Research — 30 dias grátis da melhor análise de investimentos

Embora o dólar tenha se aproximado da casa dos 4 reais, Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, vê uma maior dificuldade para a moeda americana romper os 5 reais. "É uma espécie de barreira psicológica", disse.

Para isso, segundo ele, precisaria haver uma melhor perspectiva de recuperação da economia interna, que, inevitavelmente, passaria pela queda do número de casos e mortes causadas pelo coronavírus covid-19. Na véspera, o país voltou a registrar recorde de mortes pela doença. Ao todo, já são 31.199 óbitos e 555.393 casos confirmados, de acordo com o Ministério da Saúde.

Os dados econômicos também estiveram no radar dos investidores. Nesta manhã, foi divulgada a variação dos empregos privados dos Estados Unidos. Os números, apresentados pelo instituto ADP apontam para a perda de 2,76 milhões de postos de trabalho em maio. Embora ainda evidencie os impactos negativos do coronavírus, os dados serviram de grande alívio para o mercado, que projetava perdas de 9 milhões de postos. Os dados da ADP servem como uma prévia dos payroll, que será divulgado na sexta-feira.

Os dados de emprego também vieram melhores do que o projetado na zona do Euro. Por lá, a taxa de desemprego de abril ficou em 7,3% ante uma expectativa de 8,2%. Os 31,9 pontos do índice de gerente de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da região, referente ao mês de maio, também ficou acima do esperado, embora ainda abaixo dos 50 pontos que dividem a expansão da contração da atividade.

 

Acompanhe tudo sobre:DólarMoedas

Mais de Mercados

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa tem leve alta após governo anunciar R$ 15 bi de corte de gastos; dólar cai

Netflix supera expectativa e registra 277 milhões de assinaturas pelo mundo

Mais na Exame