Por Cristina Canas

São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,24%, negociado a R$ 1,698 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda americana recuou 0,35% e foi cotada a R$ 1,702 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu o dia em baixa de 0,21%, a R$ 1,698.

Hoje, o Banco Central (BC) começou o dia anunciando medidas que devem gerar importante contenção no nível de crédito, às vésperas do Natal. Pelo menos teoricamente, isso deve adiar, ou até mesmo anular, a necessidade de aumentos de taxas de juros no curto prazo, avaliam os especialistas do mercado. Como disse o presidente da instituição, Henrique Meirelles, as mudanças nos compulsórios zeram os estímulos de liquidez dados após a eclosão da crise internacional e vão além. No total, o recolhimento será R$ 10 bilhões maior que o registrado no período pré-crise.

Também teoricamente, a mudança nas expectativas, empurrando mais para a frente ou acabando com a possibilidade de elevação na Selic (a taxa básica de juros da economia), teria impacto de alta na cotação do dólar no mercado doméstico. Porém, como pontuam os analistas, a trajetória do dólar ante o real está fortemente atrelada ao rumo externo, que pesa em contrário nesta manhã.

Além da surpresa reservada pelo BC para hoje, o mercado de câmbio vai ficar de olho na agenda internacional. Mais precisamente nos dados do relatório de emprego (payroll) dos EUA, com os detalhes sobre o mercado de trabalho da maior economia do planeta. O Departamento do Trabalho divulga o indicador às 11h30 (horário de Brasília) e a estimativa é de criação de 144 mil vagas no país. Serão divulgados também a taxa de desemprego, projetada em 9,6%, o número médio de horas trabalhadas na semana e o salário médio por hora, todos referentes ao mês de novembro. Ainda nos EUA, saem às 13 horas as encomendas e os estoques da indústria de outubro. No mesmo horário, o ISM divulga o índice de atividade não industrial (serviços) de novembro.