Mercados

Dólar pode chegar em R$ 3,70 até final do ano

Mercado questiona como os fundos de investimentos reagirão após corte de rating


	A decisão da Standard & Poor's mudou a perspectiva do mercado
 (thinkstock)

A decisão da Standard & Poor's mudou a perspectiva do mercado (thinkstock)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 29 de julho de 2015 às 09h52.

São Paulo - A mudança de perspectiva de ranting do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, que colocou o Brasil apenas um degrau acima do grau especulativo, fez com que o dólar disparasse. A moeda americana chegou a ser cotada a 3,43 reais, a maior alta dos últimos 12 anos.

A valorização deve continuar nos próximos meses. Para o economista e diretor-presidente da NGO Corretora de Câmbio Sidnei Moura Nehme, o dólar pode atingir o patamar de 3,70 reais até o final do ano.

Nehme explica que a decisão da Standard & Poor's mudou a perspectiva do mercado.

“Até ontem, a alta do dólar refletia a previsão de que o Brasil poderia perder o grau de investimento. Agora, o mercado tem certeza. A Standard & Poor's colocou o Brasil na beira do barranco.”

Com os indicadores cada vez mais claros de que o Brasil pode perder o grau de investimento, o economista afirma que a preocupação do mercado atualmente é como os fundos de investimentos reagirão.

“A fuga de capital será a partir de agora ou os fundos esperarão o Brasil perder o grau de investimento? O mercado quer saber se o dinheiro sairá abruptamente ou aos poucos”, diz o economista.

A previsão apontada por Nehme é bem diferente da expectativa do Banco Central. O último boletim Focus divulgado nesta semana indica que a taxa de câmbio ficará em 3,30 reais no final de 2016.

Valorização nos últimos anos

A valorização do dólar frente ao real é a maior na comparação com outros quatro países (Chile, Colômbia, México e Peru). O Brasil só fica atrás da Argentina.

Segundo um levantamento realizado pela consultoria Economatica, entre 2011 e 2015, a moeda americana valorizou 97,16% frente ao real, enquanto a valorização frente ao peso argentino é de 128,8%.

No caso do Chile, a valorização do dólar, no mesmo período, é de 39,81%, frente ao peso chileno. Na Colômbia, o dólar valorizou 38,96% frente ao peso colombiano.

No México e no Peru, a valorização foi menor. Frente ao peso mexicano, a valorização foi de 30,36% e de 13,57% frente ao Nuevo Sol, moeda peruana.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingBoletim FocusCâmbioDólarEconomáticaEmpresasMoedasStandard & Poor's

Mais de Mercados

Não é só o Brasil: Argentina faz maior venda de reservas internacionais em um dia para segurar dólar

Por que a China domina o mercado de carros elétricos? 'Padrinho dos EVs' explica o motivo

Japão evita dar pistas sobre aumento dos juros e vai acompanhar os riscos à economia

Ibovespa ganha fôlego com bancos, Petrobras e Vale e fecha acima dos 121 mil pontos