Dólar cai mais de 2% com menores apostas de alta pelo Fed
O dólar recuou 2,25%, a 3,2081 reais na venda, foi a maior baixa de fechamento desde o dia 28 de junho
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2016 às 17h24.
São Paulo - O dólar fechou com queda superior a 2 por cento sobre o real esta terça-feira, maior tombo em mais de dois meses acompanhando o mercado internacional, após um dado fraco sobre o setor de serviços dos Estados Unidos reduzir apostas de que os juros na maior economia do mundo voltarão a subir em breve.
O dólar recuou 2,25 por cento, a 3,2081 reais na venda. Foi a maior baixa de fechamento desde o dia 28 de junho (-2,61 por cento). Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,2017 reais e, na máxima, a 3,2845 reais na máxima.
O dólar futuro recuava por volta de 2,35 por cento no final desta tarde.
"Logo cedo, houve quem aproveitou para comprar um pouco de moeda, mas o movimento durou pouco e, para reforçar essa trajetória baixista, o dado norte-americano trouxe a leitura de que alta de juros nos EUA pode não ocorrer tão já", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
A atividade de serviços dos Estados Unidos medida pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) de agosto ficou em 51,4 em agosto, bem abaixo dos 55 esperados em pesquisa Reuters com analistas.
Trata-se do menor patamar em seis anos e meio, em meio a fortes quedas na produção e pedidos.
Com o resultado, cresceu a leitura de que esses dados mais fracos podem adiar a decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, de aumentar a taxa básica de juros no país no curto prazo.
"Não tínhamos um dado de serviços dessa ordem já há algum tempo. E o setor de serviços desacelerar mostra alguma preocupação com o que pode acontecer com o consumo. Isso vai afetar os planos do Fed, que pode adiar o aumento de juros", ponderou o economista da corretora Guide Investimentos, Ignácio Crespo Rey.
Na sexta-feira, dados sobre o emprego nos EUA mais fracos do que o esperado já haviam alimentado essa percepção.
"O dado do ISM jogou contra aumento de juros em setembro e isso tirou um pouco a sustentação da moeda aqui", explicou o operador da corretora H.Commcor DTVM Cleber Alessie Machado, acrescentando que também houve movimento de "stops loss" (quando um investidor se desfaz de sua posição após uma perda, visando se proteger), o que acabou acelerando a queda do dólar.
O dólar recuava forte também em relação a outras moedas emergentes nesta sessão, como os pesos chilenos e mexicano.
Pela manhã, o Banco Central brasileiro sinalizou que pode começar a reduzir a Selic em breve, com boa parte do mercado entendendo que isso pode ocorrer em outubro já, próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Mesmo assim, a taxa básica de juros --a 14,25 por cento há mais de um ano-- continuará sendo bastante atrativa em relação a outras praças, o que pode continuar atraindo recursos de fora, sobretudo se o Fed demorar mais para elevar seus juros.
Pela manhã, o BC vendeu novamente a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
Texto atualizado às 17h24
São Paulo - O dólar fechou com queda superior a 2 por cento sobre o real esta terça-feira, maior tombo em mais de dois meses acompanhando o mercado internacional, após um dado fraco sobre o setor de serviços dos Estados Unidos reduzir apostas de que os juros na maior economia do mundo voltarão a subir em breve.
O dólar recuou 2,25 por cento, a 3,2081 reais na venda. Foi a maior baixa de fechamento desde o dia 28 de junho (-2,61 por cento). Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,2017 reais e, na máxima, a 3,2845 reais na máxima.
O dólar futuro recuava por volta de 2,35 por cento no final desta tarde.
"Logo cedo, houve quem aproveitou para comprar um pouco de moeda, mas o movimento durou pouco e, para reforçar essa trajetória baixista, o dado norte-americano trouxe a leitura de que alta de juros nos EUA pode não ocorrer tão já", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
A atividade de serviços dos Estados Unidos medida pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) de agosto ficou em 51,4 em agosto, bem abaixo dos 55 esperados em pesquisa Reuters com analistas.
Trata-se do menor patamar em seis anos e meio, em meio a fortes quedas na produção e pedidos.
Com o resultado, cresceu a leitura de que esses dados mais fracos podem adiar a decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, de aumentar a taxa básica de juros no país no curto prazo.
"Não tínhamos um dado de serviços dessa ordem já há algum tempo. E o setor de serviços desacelerar mostra alguma preocupação com o que pode acontecer com o consumo. Isso vai afetar os planos do Fed, que pode adiar o aumento de juros", ponderou o economista da corretora Guide Investimentos, Ignácio Crespo Rey.
Na sexta-feira, dados sobre o emprego nos EUA mais fracos do que o esperado já haviam alimentado essa percepção.
"O dado do ISM jogou contra aumento de juros em setembro e isso tirou um pouco a sustentação da moeda aqui", explicou o operador da corretora H.Commcor DTVM Cleber Alessie Machado, acrescentando que também houve movimento de "stops loss" (quando um investidor se desfaz de sua posição após uma perda, visando se proteger), o que acabou acelerando a queda do dólar.
O dólar recuava forte também em relação a outras moedas emergentes nesta sessão, como os pesos chilenos e mexicano.
Pela manhã, o Banco Central brasileiro sinalizou que pode começar a reduzir a Selic em breve, com boa parte do mercado entendendo que isso pode ocorrer em outubro já, próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Mesmo assim, a taxa básica de juros --a 14,25 por cento há mais de um ano-- continuará sendo bastante atrativa em relação a outras praças, o que pode continuar atraindo recursos de fora, sobretudo se o Fed demorar mais para elevar seus juros.
Pela manhã, o BC vendeu novamente a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
Texto atualizado às 17h24