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Dólar cai mais de 1% e vai a R$2,32 com ação de estrangeiros

Moeda dos Estados Unidos perdeu 1,37%, após chegar a 2,3159 reais na mínima do dia


	Câmbio: segundo dados da BM&F, giro financeiro ficou em torno US$ 1,2 bilhão
 (REUTERS/Bruno Domingos)

Câmbio: segundo dados da BM&F, giro financeiro ficou em torno US$ 1,2 bilhão (REUTERS/Bruno Domingos)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 17h46.

São Paulo - O dólar caiu mais de 1 por cento e fechou a 2,32 reais pela primeira vez em três semanas nesta quinta-feira, em um movimento liderado por investidores estrangeiros, que mantiveram o comportamento da divisa no Brasil totalmente descolado do exterior.

A moeda dos Estados Unidos perdeu 1,37 por cento, para 2,3243 reais na venda, após chegar a 2,3159 reais na mínima do dia. É o menor nível no fechamento desde 14 de agosto, quando fechou a 2,3250 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno 1,2 bilhão de dólares.

"O movimento de hoje está na contramão dos últimos dias e do exterior. É um forte fluxo vendedor liderado por alguns bancos estrangeiros", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

No exterior, o dólar estava em alta generalizada. Em relação a uma cesta de moedas, ele subia 0,56 por cento. Já sobre o peso mexicano, avançava 0,62 por cento. O euro recuava 0,67 por cento sobre a moeda dos Estados Unidos.

Um operador de banco estrangeiro disse que os investidores estavam trocando dólares por reais para aplicar em títulos da dívida pública brasileira. "Essa entrada grande de estrangeiro é para comprar título do Tesouro", afirmou o operador, que pediu anonimato.

O Tesouro vendeu nesta quinta-feira 92 por cento da oferta de 6,750 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F). Operadores ressaltaram, no entanto, que os títulos saíram com taxas mais baixas do que era o consenso do mercado antes do leilão, evidenciando um forte apetite dos investidores.

O dólar abriu em queda mas virou no momento em que o Banco Central realizou leilão de swap cambial tradicional, no qual vendeu a oferta total de 10 mil contratos com vencimento em 2 de janeiro do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a 497,3 milhões de reais.


O leilão ocorreu dentro do programa de intervenções diárias do Banco Central. Além disso, a autoridade monetária anunciou para sexta-feira um leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra. A oferta ocorrerá entre as 11h15 e as 11h20, e as datas de liquidação das operações de venda e de recompra serão, respectivamente, 10 de setembro de 2013 e 2 de abril de 2014.

A tentativa de conter a valorização do dólar se estendeu também para outros países emergentes. O grupo dos Brics concordou em contribuir com 100 bilhões de dólares para um fundo conjunto de reserva cambial. A China injetará 41 bilhões de dólares; Brasil, Índia e Rússia, 18 bilhões de dólares cada um; e a África do Sul entrará com 5 bilhões de dólares".

"Essa notícia favorece um pouco a percepção de menor risco por parte do investidor estrangeiro", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Os investidores também encontraram na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) um tom mais otimista pelo Banco Central. Tanto que elevou a projeção para o câmbio, sem alterar a de inflação, além de dizer que a política fiscal está se deslocando para a neutralidade.

"O BC mudou sua projeção para o câmbio para cima, mas não mudou sua projeção de inflação. É algo meio duvidoso, mas parece que ele acha que o repasse inflacionário vai ser menor", disse um dos operadores de um banco nacional, que pediu anonimato.

A percepção de que isso pode significar a manutenção do ritmo de aperto monetário fez com que os contratos de juros futuros com prazo mais curto fechassem em queda. O comportamento do câmbio e dos DIs tem tido forte correspondência nas últimas semanas.

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