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Dólar cai e vai à casa de R$3,17 com cena externa

Foi novamente a menor cotação de fechamento desde 8 de novembro passado (3,1674 reais), dia da eleição presidencial nos Estados Unidos

Dólar: o dólar recuou 0,50%, a 3,1756 reais na venda, depois de bater em 3,1532 reais na mínima do dia, com queda de mais de 1% (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Dólar: o dólar recuou 0,50%, a 3,1756 reais na venda, depois de bater em 3,1532 reais na mínima do dia, com queda de mais de 1% (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 17h29.

São Paulo - O dólar fechou em queda esta quinta-feira, indo ao patamar de 3,17 reais, sintonizado com o comportamento da moeda norte-americana no exterior e expectativas de entrada de recursos de fora, em meio a um tom mais otimista com a economia brasileira diante da perda de força da inflação.

O dólar recuou 0,50 por cento, a 3,1756 reais na venda, depois de bater em 3,1532 reais na mínima do dia, com queda de mais de 1 por cento. O dólar futuro cedia cerca de 0,90 por cento no final da tarde.

Foi novamente a menor cotação de fechamento desde 8 de novembro passado (3,1674 reais), dia da eleição presidencial nos Estados Unidos e quando os mercados ainda acreditam na vitória da democrata Hillary Clinton, mas que acabou sendo derrotada por Donald Trump.

"O corte (da Selic) também indicou maior confiança do Banco Central de que a inflação está caindo... Isso é uma leitura positiva para a retomada da atividade", resumiu o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Na noite passada, o BC surpreendeu ao reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano, intensificando o ritmo de afrouxamento monetário para além do esperado pelo mercado diante de sinais de retomada econômica mais demorada após dois anos de profunda recessão.

Também passou a ver a inflação abaixo do centro da meta neste ano, em 4 por cento, contra 4,4 por cento antes, sugerindo espaço suficiente para mais cortes robustos na Selic. Juros menores tendem a estimular o consumo por baratearem o crédito e ajudar na recuperação econômica.

Apesar do corte significativo da Selic, o juro doméstico seguia como o mais alto do mundo, segundo levantamento da Infinity Asset, o que mantinha a atratividade do Brasil aos investidores.

Como o BC sinalizou que deve aprofundar os cortes, muitos investidores estrangeiros podem antecipar suas aplicações no Brasil.

Essas expectativas de mais ingressos de recursos também eram alimentadas por emissões de empresas. Depois da Petrobras, a Fibria também anunciou captação no exterior.

A cena externa também contribuiu para a queda do dólar nesta sessão, com a moeda norte-americana recuando ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno, depois de o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não ter trazido nada de alarmante em sua entrevista da véspera.

O recuo do dólar, no entanto, chegou a diminuir durante o pregão, com muitos investidores aproveitando os níveis de cotação para recompor carteiras. O movimento, no entanto, foi insuficiente para mudar a trajetória de queda.

Com a baixa da moeda norte-americana, cresciam nas mesas de operação expectativas sobre eventual atuação do BC no mercado de câmbio, já que patamares abaixo de 3,20 reais eram tidos como um sinal de alerta.

A autoridade monetária não entra desde o dia 13 de dezembro.

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