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Dólar cai 1,5% com expectativa de PMDB abandonar o governo

Com investidores apostando que a provável saída do PMDB da base do governo aumentaria as chances de impeachment de Dilma, o dólar fechou em queda


	Dólar: dólar recuou 1,51 por cento, a 3,6257 reais na venda
 (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: dólar recuou 1,51 por cento, a 3,6257 reais na venda (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2016 às 17h24.

Sâo Paulo - O dólar fechou em queda de 1,5 por cento e voltou abaixo de 3,65 reais nesta segunda-feira, com investidores apostando que a provável saída do PMDB da base do governo aumentaria as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O dólar recuou 1,51 por cento, a 3,6257 reais na venda, após marcar a primeira alta semanal após quatro semanas consecutivas de queda.

O movimento veio após nova mudança na rotina de intervenções do Banco Central no câmbio, que não realizou nenhum leilão neste pregão.

"É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O PMDB reúne-se na terça-feira para tratar de seu futuro no governo e as expectativas são de que o maior partido da base aliada decida deixar o governo.

A provável saída do PMDB enfraqueceria as linhas de defesas do governo contra o impeachment no Congresso. Muitos operadores enxergam que a saída de Dilma do Palácio do Planalto é um passo para a recuperação da economia brasileira mas outros, porém, ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ver com "certa tristeza" a possibilidade de os peemedebistas abandonarem o governo, mas disse que ainda é possível um acordo que mantenha a legenda alinhada ao Palácio do Planalto.

"O impeachment está cada vez mais palpável, mais concreto.

Se isso não acontecer, a reação do mercado vai ser forte", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.

Recente pesquisa da Reuters com profissionais do mercado mostrou que o dólar pode atingir o recorde de 4,25 reais se Dilma permanecer na Presidência neste ano, ou cair a 3,50 reais se ela deixar o governo.

O recuo recente da moeda norte-americana, que também foi motivado pelo ambiente externo mais favorável, levou o BC a rever sua política de atuação no câmbio. No mês, até o pregão passado, o dólar acumulava queda de 8,05 por cento sobre o real.

A autoridade monetária voltou a ofertar na semana passada swaps cambiais reversos e reduziu a rolagem dos swaps tradicionais --contratos equivalentes a compra e venda futura de dólares, respectivamente.

Após o fechamento de quinta-feira, o BC informou que não faria nesta sessão leilão para rolagem de swaps tradicionais que vencem em abril, e também não anunciou oferta de swaps reversos.

Se não voltar a rolar, após sete rolagens integrais consecutivas, terá reposto o equivalente a 6,745 bilhões de dólares, ou cerca de 67 por cento do lote total de swaps tradicionais que vencem no mês que vem, correspondente a 10,092 bilhões de dólares.

"O BC está dando dois passos para frente e um para trás.

Parece que ele não vai deixar o dólar cair muito, mas a estratégia dele está muito confusa", resumiu o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

Alguns operadores especulam que o BC teria como meta evitar que o dólar recue abaixo de 3,60 reais no curto prazo, com medo de prejudicar as exportações em um momento de profunda recessão econômica. Por outro lado, cotações altas da moeda norte-americana tendem a pressionar as expectativas de inflação deste ano, que vêm recuando recentemente.

Texto atualizado às 17h24

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