Dólar: viés de queda vindo do exterior contribuiu para o movimento de baixa da moeda (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2013 às 16h33.
São Paulo - Em um dia marcado por forte volatilidade, o dólar registrou altas e baixas em diferentes momentos da sessão desta quarta-feira, 06, com os investidores ainda repercutindo os dados fiscais mais recentes do Brasil e a indefinição sobre o início da retirada dos estímulos à economia dos EUA.
Mas após os fortes ganhos vistos na terça-feira, 05, o dólar acabou se ajustando em leve baixa de 0,35%, encerrando este pregão a R$ 2,2820 no balcão. O viés de queda vindo do exterior contribuiu para o movimento, enquanto os dados do fluxo cambial de outubro deixaram claro que o país tem dificuldades para atrair moeda.
Após abrir em queda, o dólar atingiu R$ 2,2960 (+0,26%) às 9h47, na cotação máxima do dia, em meio à cautela com a situação fiscal brasileira e à percepção de que a nota de crédito do país pode ser reduzida. A moeda voltou a ceder sob a influência de operações de day trade e do exterior, mantendo-se em baixa ante várias divisas. Na cotação mínima da sessão, vista às 12h38, o dólar atingiu R$ 2,270 (-0,87%).
Da máxima para a mínima, a moeda oscilou -1,13%. Durante a tarde, o dólar chegou a subir novamente, já após a divulgação dos dados ruins do fluxo cambial de outubro e do Boletim Regional Trimestral do Banco Central.
Em outubro, US$ 6,200 bilhões líquidos saíram do Brasil, sendo que o fluxo comercial foi negativo em US$ 1,063 bilhão e o financeiro foi negativo em US$ 5,137 bilhões. Já o Boletim do BC citou que as projeções indicam uma inflação em 12 meses alta no horizonte relevante, mas com tendência de recuo.
A alta do dólar, porém, foi pontual, com a moeda retornando novamente para o território negativo. "O mercado está envolvido nesta questão fiscal do Brasil. Tudo o que faz o mercado especular sobre um possível downgrade da classificação de risco do país traz volatilidade", resumiu profissional da mesa de câmbio de um banco.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia tentado acalmar o mercado, afirmando que o governo tem total controle fiscal das contas públicas e que continua perseguindo a meta de superávit primário, em torno de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Ainda assim, os investidores continuaram demonstrando certo ceticismo, o que se traduziu no câmbio.
"Pode sair alguma notícia que não tem relevância, mas só o simples fato de ela lembrar alguma coisa, de lembrar que o fiscal está complicado, já traz algum movimento", comentou um profissional de uma corretora, em um momento em que o dólar subia ante o real.
Para Marcos Trabbold, gerente de operações da B&T Corretora, a queda desta quarta-feira ocorreu em função "da forte puxada de ontem (terça-feira)".
"Não é um movimento de câmbio comercial. Ontem, houve muita reversão de posição vendida (no mercado futuro), e hoje muita gente fica realizando", comentou. No mercado futuro, que encerra as operações apenas às 18 horas, o dólar para dezembro recuava 0,30%, cotado a R$ 2,2960, após a alta de 1,86% de terça-feira, 05.