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Dólar bate R$3,98, maior alta em um mês, com incerteza sobre Previdência

Às 12:24, o dólar avançava 1,50 por cento, a 3,9812 reais na venda

Câmbio: dólar subia ante o real nesta quarta-feira (Hamera Technologies/VEJA)

Câmbio: dólar subia ante o real nesta quarta-feira (Hamera Technologies/VEJA)

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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2019 às 12h36.

São Paulo — O dólar subia ante o real nesta quarta-feira, na maior alta em cerca de um mês, acompanhando o movimento no exterior após alívio momentâneo com a aprovação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na véspera.

Às 12:24, o dólar avançava 1,50 por cento, a 3,9812 reais na venda.

Na véspera, a divisa norte-americana terminou em baixa de 0,26 por cento, a 3,9224 reais na venda.

O dólar futuro avançava cerca de 1,53 por cento neste pregão, tendo alcançado 3,9840 reais na máxima.

Participantes do mercado já tinham precificado no fechamento de terça-feira a expectativa de que a proposta seria aprovada na CCJ, o que se refletiu em um dólar sem grandes oscilações na abertura.

Após um acordo acertado com o centrão no início da tarde da terça-feira, no fim da noite parlamentares da CCJ votaram, por 48 votos a 18, em favor da admissibilidade da reforma previdenciária apresentada pelo governo.

A reforma agora seguirá para análise de comissão especial da Câmara a ser instalada nesta semana, onde o governo não deve encontrar vida fácil para a tramitação da proposta diante de uma ferrenha oposição e da necessidade de apoio do centrão devido à falta de uma base parlamentar.

"Não tem motivos para comemoração, é só o primeiro passo, o que vai pegar é a comissão especial, onde a batalha vai ser muito mais dura", explicou o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.

Segundo ele, a expectativa de que o governo terá dificuldade na comissão especial e de que o texto poderá ser diluído mantém agentes financeiros posicionados defensivamente.

Passado o alívio de curto fôlego com a aprovação na CCJ e na ausência de novas notícias sobre a tramitação da Previdência, as negociações locais tendem a acompanhar o movimento no exterior, onde o dólar tem forte alta frente a divisas de risco, como peso colombiano, rand sul-africano e dólar australiano.

A força do dólar decorria da leitura de que os EUA seguem melhores que outros mercados, o que favorece a migração de capital para o país, em detrimento, por exemplo, dos mercados emergentes.

"Internamente, o dólar está com dificuldade de se descolar do movimento global, a despeito da aprovação na CCJ", afirmou Campos Neto, explicando que a moeda norte-americana segue numa tendência de recuperação nesta semana depois de um período de baixa.

O Banco Central vendeu o lote integral de 5.350 contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta quarta-feira em operação de rolagem do vencimento maio. Em 17 leilões neste mês, o BC já vendeu 4,548 bilhões de dólares nesses contratos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólares.

O BC informou, na véspera, que começará em 2 de maio a rolagem integral dos 201.785 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de julho de 2019.

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