São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta terça-feira, em linha com a desvalorização sobre outras moedas devido à expectativa com a reunião de política monetária do Federal Reserve, mas num movimento mais forte graças às atuações do Banco Central nas primeiras horas do pregão.

Às 11h41, a moeda norte-americana recuava 0,99 por cento, a 2,2600 reais na venda, após ter atingido 2,2579 na mínima do dia com desvalorização superior a 1 por cento. Em relação a uma cesta de moedas a divisa dos Estados Unidos tinha queda de 0,12 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em cerca de 400 milhões de dólares.

O Fed inicia nesta terça a reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) para discutir o futuro da política monetária dos Estados Unidos. A expectativa é que se anuncie uma redução no programa de compra de ativos, que atualmente injeta 85 bilhões de dólares mensais na economia.

"Na esteira do movimento de queda, os leilões do BC ajudam a dar uma força para o real e o mercado está de certa forma no compasso de espera para o Fomc", afirmou o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O BC realizou duas atuações no mercado. Primeiramente, foi vendida a oferta total de contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- com vencimento em 3 de fevereiro de 2014, previsto em seu cronograma de intervenções diárias. O volume financeiro equivalente do leilão foi de 496,9 milhões de dólares.

Em seguida, foi vendido o lote total de swap ofertados com a finalidade de rolar contratos com vencimento em 1º de outubro deste ano. A venda foi distribuída entre as seguintes datas: 1º de abril de 2014, 1º de julho de 2014 e 1º de outubro de 2014. O volume financeiro equivalente da operação foi de 1,965 bilhão de dólares.

"Depois que o BC se posicionou, o que tem determinado a subida ou a descida é a especulação. Mas com toda essa queda, o pessoal está desmontando as posições que foram feitas", afirmou o operador da B&T Corretora Marcos Trabbold.

No exterior, contribuía para a desvalorização do dólar em relação a outras moedas dados econômicos positivos na Europa, como confiança do investidor alemão.

O euro tinha alta de 0,10 por cento sobre o dólar, enquanto o dólar australiano avançava 0,40 por cento. (Reportagem de Marília Carrera; Edição de Tiago Pariz)