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Dólar avança e tem 6ª alta semanal; dados dos EUA suavizam valorização

Moeda norte-americana avançou 0,39%, a R$ 3,8902 na venda. Na semana, subiu 0,89%, na sexta alta consecutiva, período no qual avançou 6,45%

Dólar: dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA frearam avanço (Divulgação/Thinkstock)

Dólar: dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA frearam avanço (Divulgação/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 17h12.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 17h13.

São Paulo  - O dólar terminou a sexta-feira com pequena alta ante o real, com os dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos e o corte de produção de petróleo anunciado pela Opep garantindo uma melhora substancial no humor dos agentes nesta sessão e aliviando a pressão altista de mais cedo com fluxo de saída de recursos do mercado doméstico.

O dólar avançou 0,39 por cento, a 3,8902 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,8582 reais nesta tarde. Na semana, subiu 0,89 por cento, na sexta alta consecutiva, período no qual avançou 6,45 por cento.

Na máxima, ainda pela manhã, foi a 3,9254 reais. O dólar futuro subia 0,12 por cento.

"A vantagem do payroll (relatório do mercado de trabalho dos EUA) é que as piores apostas (de alta de juro) passaram e que apostas mais neutras virão", justificou um gestor de derivativos de uma corretora estrangeira.

Os EUA criaram 155 mil postos de trabalho no mês passado, ante projeção de 200 mil vagas de economistas ouvidos pela Reuters. O resultado sugere alguma moderação na atividade econômica, o que reforça a expectativa de menos aumentos da taxa de juros pelo Federal Reserve em 2019.

"O relatório de emprego veio bem abaixo do esperado... A economia (dos EUA) aparentemente não está tão aquecida quanto o mercado tinha entendido, dadas as falas dos representantes do Fed, por isso a estimativa era tão alta", afirmou o diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer.

Além dos dados do mercado de trabalho nos EUA, ajudou a derrubar o preço do dólar o anúncio de que a Opep e seus aliados liderados pela Rússia concordaram em cortar a produção de petróleo mais do que o mercado esperava, apesar da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para reduzir o preço do petróleo.

O grupo produtor reduzirá a produção em 800 mil barris por dia a partir de janeiro, enquanto aliados que não fazem parte da Opep contribuirão com cortes de mais 400 mil bpd, disse o ministro iraquiano do petróleo, Thamer Ghadhban, após a Opep concluir dois dias de conversas em Viena.

Os preços do petróleo subiam quase 5 por cento nesta tarde com o resultado do encontro dos produtores.

O real, no entanto, fechou mais fraco do que outras divisas de países emergentes por causa do fluxo de saída de recursos.

"Junte uma época de saída de recursos (do país), juros baixos, situação de desconforto no exterior e tem vários motivos para um dólar mais forte", explicou mais cedo o operador de câmbio da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Mais cedo, esse movimento levou o dólar a superar os 3,90 reais. O final do ano é uma época em que tradicionalmente há saída de recursos do país, com remessas de lucros e dividendos de empresas para suas matrizes, movimento que pode estar sendo potencializado pela forte aversão ao risco recente no mercado internacional, em boa medida por causa da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O impasse entre EUA e China na guerra comercial, um dia depois que o mundo tomou conhecimento da prisão de uma executiva chinesa a pedido dos norte-americanos, também deixava os investidores na defensiva.

O Banco Central não anunciou qualquer intervenção adicional no mercado de câmbio, apesar do movimento de saída de recursos.

A autoridade vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 3,457 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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