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Dólar recua e Bolsa avança de olho na reforma da Previdência

Às 10:21, o dólar recuava 0,06%, a 3,8525 reais na venda

Dólar: ontem, o dólar fechou com alta de 0,30%, a 3,855 reais na venda (Denis Vostrikov/Getty Images)

Dólar: ontem, o dólar fechou com alta de 0,30%, a 3,855 reais na venda (Denis Vostrikov/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 3 de julho de 2019 às 09h22.

Última atualização em 3 de julho de 2019 às 11h37.

São Paulo —  O dólar tinha pouca variação ante o real nesta quarta-feira, aguardando próximos passos da reforma da Previdência na comissão especial, no dia seguinte à apresentação do voto complementar do relator, em que Estados e municípios não foram incluídos.

Às 10:21, o dólar recuava 0,06%, a 3,8525 reais na venda.

Na véspera, o dólar fechou com alta de 0,30%, a 3,855 reais na venda.

Neste pregão, o dólar futuro rondava a estabilidade.

Às 11h, coordenadores de bancada participam de reunião convocada pelo presidente da comissão especial da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), para definir os próximos passos da tramitação da proposta no colegiado e aparar arestas que restaram.

Na véspera, o relator do texto na comissão, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) fez a leitura de seu voto complementar, o que abriu caminho para que a proposta seja votada. No entanto, ainda há detalhes a serem acertados e não há definição sobre o calendário de votação.

"O calendário mais otimista previa que toda obstrução seria vencida ontem para que hoje o texto fosse aprovado na comissão. Isso não ocorreu e a abertura de sessão hoje dependerá ainda de resultado de reunião de líderes pela manhã", afirmaram economistas da XP Investimentos, em nota.

O voto complementar apresentado na véspera deixou de fora as regras para servidores de Estados e municípios, questão pela qual o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) vinha se esforçando para incluir.

Agora, o foco está em saber quando será votado o texto complementar de Moreira para que, em seguida, a reforma siga para o plenário da Câmara.

"Sem aprovação na comissão nessa semana, ficará praticamente impossível votar a reforma no plenário da Câmara até o recesso, que começa em 18 de julho", avaliaram economistas da XP Investimentos, em nota.

Do exterior, temores que uma guerra comercial prolongada irá desacelerar o crescimento global mantinham os mercados emergentes sob pressão nesta quarta-feira.

Investidores também adotam posições em antecipação ao feriado de 4 de julho nos Estados Unidos na quinta-feira, quando os mercados lá ficarão fechados.

"Ainda sob a cautela em decorrência das incertezas locais e do feriado de amanhã nos Estados Unidos, o dólar deverá manter o viés de alta aqui, embora que de forma moderada", disse a corretora de câmbio Correparti, em nota.

Ibovespa

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista ensaiava melhora nesta quarta-feira, após abertura mais fraca, em sessão de expectativa para a retomada dos trabalhos em comissão que analisa a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, embora parlamentares ainda não tenham chegado a acordo sobre o cronograma de votação.

Às 11:19, o Ibovespa subia 0,41 %, a 101.015,95 pontos. O volume financeiro somava 3,42 bilhões de reais.

Na visão da equipe do BTG Pactual, os ativos financeiros internos devem continuar muito sensíveis a notícias da tramitação da reforma da Previdência na Câmara, principalmente no que diz respeito às chances de votação do texto na comissão especial e na possibilidade de votação plenário na próxima semana.

A leitura na terça-feira da complementação de voto do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), abriu o caminho para que a proposta da reforma da Previdência possa ter a sua votação iniciada, mas até o final desta manhã não havia definição sobre o calendário, com arestas ainda a serem aparadas.

Para a equipe da Brasil Plural, a conclusão da votação da reforma até o final desta semana na comissão passa a ser um desafio, o que poderá comprometer o plano do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de encerrar a tramitação da reforma no plenário da casa antes do recesso parlamentar.

No exterior, a sessão será mais curta em Wall Street em razão do feriado na quinta-feira, com os mercados ainda apoiados na perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve.

Destaques

- VIA VAREJO valorizava-se cerca de 5%, dando sequência à valorização recente, com expectativas relacionadas à mudança no comando da rede de móveis e eletrodomésticos. Desde que o veterano do varejo Michael Klein foi eleito para a presidência do conselho de administração, no último dia 26 de junho, os papéis acumulam alta de mais de 15%.

- GOL e AZUL subiam 5% e 2%, respectivamente, entre as maiores altas.

- B3 avançava 1,5%, também ajudando do lado positivo. O complemento de voto do relator da reforma da Previdência, de seis páginas retirou "referência indevida às bolsas de valores" no trecho que trata de alíquotas da contribuição social sobre lucro líquido.

- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,5% e BRADESCO ON avançava 0,4%, reforçando o viés de alta no pregão.

- VALE caía 0,1%, após forte queda na véspera, enquanto analistas ainda repercutiam potenciais desdobramentos de relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investigou rompimento de uma barragem da empresa em Brumadinho (MG) em janeiro.

- PETROBRAS PN tinha elevação de 0,5% e PETROBRAS ON mostrava acréscimo de 0,2%, em sessão de alta dos preços do petróleo no exterior, além de anúncios sobre oferta secudária de participação da estatal na BR Distribuidora e início de fase não vinculante para venda de campos terrestres na Bahia.

- BR DISTRIBUIDORA cedia 1,6%, após divulgação de prospecto preliminar de oferta secundária de ações da companhia detidas pela controladora Petrobras, no total de 291,25 milhões de papéis, além de cerca de 43,687 milhões de ações no lote suplementar e de 58,25 milhões no lote adicional.

- SUZANO recuava 1,4%, ainda pressionada pelo cenário de demanda fraca no setor de celulose na Europa e China, enquanto estoques permanecem elevados. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que continuam cautelosos com a ação, enquanto ainda veem riscos no sentido de queda para os preços de celulose. KLABIN subia 0,3%.

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